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São Paulo e Rio querem maior repasse a Estados produtores
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Futuro grande produtor de
petróleo a partir do advento do
pré-sal, o Estado de São Paulo
defende a manutenção do regime de concessão para a exploração de blocos, a distribuição
maior de recursos para Estados
e municípios produtores e mais
benefícios fiscais para garantir
todas as encomendas possíveis
à indústria nacional.
Essas são as premissas definidas pela Comissão Especial
de Petróleo e Gás Natural do
Estado de São Paulo, às quais a
Folha teve acesso. Composta
por dez secretariais estaduais e
integrantes da indústria e da
sociedade civil, ela foi criada
em setembro de 2008 pelo governador José Serra (PSDB).
Segundo José Roberto dos
Santos, coordenador da comissão, o atual modelo de concessão "funciona muito bem" e
não precisa ser mudado. Se persistir, porém, a proposta de alteração para o regime de partilha -pelo qual não há o pagamento de royalties e a União é
remunerada com uma parcela
da produção, dividida com as
empresas-, o governo paulista,
diz, defenderá compensação
maior para os Estados e municípios produtores.
"Fizemos os cálculos e é uma
perda muito expressiva", diz
Santos, sem revelar o valor.
Todos as conclusões da comissão serão levadas a Serra,
que dará a palavra final sobre a
posição de São Paulo.
O Rio de Janeiro é outro Estado a perder. Pelas contas do
secretário de Desenvolvimento
do Estado, Júlio Bueno, serão
mais de US$ 4 bilhões a menos
por ano em receita, se vingar a
proposta do regime de partilha.
Santos e Bueno compartilham da mesma visão: o petróleo traz benefícios (as receitas)
e problemas, como a maior demanda por serviços de educação, saúde, infraestrutura e a
necessidade do fomento a atividades que o substituam quando
a exploração for encerrada. Por
isso, defendem um quinhão
maior aos produtores.
No caso do Rio, o Estado alega perda anual de R$ 8 bilhões
com a arrecadação de ICMS do
petróleo, único produto tributado no Estado de destino.
O governador Sérgio Cabral
chamou de "terrorismo" as informações sobre mudanças nas
regras do pré-sal. ""Vamos lutar
para que não se permita uma
mudança nessa chamada partilha, porque isso não é justo com
os Estados produtores."
Oportunidade
Para Santos, o petróleo é uma
grande oportunidade de desenvolvimento da indústria paulista. Por isso, o Estado isenta de
ICMS a cadeia de fornecedores
do setor e estuda outros estímulos. Foram identificadas
áreas nos municípios de Santos, Cubatão, Bertioga e São Sebastião para instalar estaleiros
e bases de apoio "offshore".
Segundo Santos, quatro grupos de investidores estão interessados em construir estaleiros no Estado.
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