São Paulo, Sexta-feira, 13 de Agosto de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CONJUNTURA
Entidade lança índice mensal para avaliar a gestão governamental; área social é a que mais preocupa
Indústria de SP reprova governo FHC

Alexandre Campbell - 20.mai.99/Folha Imagem
Horacio Lafer Piva, presidente da Fiesp (indústria paulista)


ANTONIO CARLOS SEIDL
da Reportagem Local

O governo Fernando Henrique Cardoso foi reprovado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), de acordo com uma avaliação inédita da gestão governamental feita por uma amostra significativa de empresários paulistas.
O governo do tucano obteve a nota 4,0 no Índice de Avaliação de Gestão Governamental, lançado, ontem, pela Fiesp, sendo que, na escala de 0 a 10, as notas a partir de 6,0 é que são consideradas satisfatórias.
A forma de atuação do governo federal diante dos problemas sociais do país, com a nota 2,9, foi o item que recebeu a pior avaliação dos empresários.
Os empresários apontaram a reforma tributária (76% das respostas espontâneas) e a redução dos juros (29%) como as duas principais medidas que o governo federal deveria tomar para melhorar a situação das indústrias no país.
A política de juros foi o alvo das críticas mais fortes das pequenas e micro empresas. Essas empresas ressaltaram a importância da continuidade do atual processo de redução dos juros.
As médias e grandes mencionaram a falta de uma política de desenvolvimento e de crescimento econômico e de mais incentivos à exportação como as principais razões para seu descontentamento com o governo federal.

Caminho certo
Horacio Lafer Piva, presidente da Fiesp, disse porque os resultados mostraram que a entidade está no caminho certo com relação a duas de suas principais bandeiras: a reforma tributária e a exportação.
"O índice mostra claramente que existe uma demanda reprimida entre os empresários para que o governo efetivamente incorpore à política econômico, de uma maneira substantiva, a questão do desenvolvimento."
Piva disse que os empresários estão cansados com o tempo que o governo está levando para tratar da questão da moeda, deixando a questão do desenvolvimento e do crescimento econômico em segundo plano.
Depois de afirmar que o papel da Fiesp é ser um instrumento de pressão construtiva, e não de adesão ao governo, Piva disse que os resultados do Índice de Avaliação de Gestão Governamental devem ser vistos pelo governo muito mais como um desafio do que como uma crítica.
O governo, por meio do porta voz da Presidência da República, disse que não comenta pesquisas.


Texto Anterior: Painel S/A
Próximo Texto: Confiança dos empresários no Brasil recebe apenas nota 3,8
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.