São Paulo, Sexta-feira, 13 de Agosto de 1999
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Confiança dos empresários no Brasil recebe apenas nota 3,8

da Reportagem Local

Além do Índice de Avaliação de Gestão Governamental, a Fiesp divulgou também o Índice de Confiança da Indústria no Brasil hoje, que ficou com uma nota média de 3,8, numa escala de 0 a 10, deixando clara a preocupação dos empresários com relação à conjuntura do país.
Os empresários revelaram maior desconforto com relação às situações social e política do país, que receberam, respectivamente, as notas mais baixas, 2,8 e 3,0.
Os problemas internos do país são os que mais preocupam os empresários, enquanto, com 4,9, as condições da conjuntura internacional para o país hoje foram o item que recebeu a maior nota.

Incertezas
O regime de taxas de câmbio flutuantes reduziu as preocupações com o exterior, mas a desvalorização expressiva da moeda elevou as incertezas internas, ao diminuir o poder de compra dos salários e ao elevar os custos das dívidas das empresas.
Clarice Seibel, diretora do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, disse que as diferentes percepções entre questões internas e externas devem ser entendidas como resultado da transição para a política de câmbio flutuante.
Nesse regime, disse, a taxa de câmbio se ajusta para garantir o fechamento das contas do país com o exterior, com baixa variação do nível de reservas.
Segundo a avaliação da Fiesp, a presença desse mecanismo de ajuste automático reduziu consideravelmente as preocupações com o setor externo.
Segundo a pesquisa, quanto menor o porte da empresa, pior é o seu grau de confiança na economia brasileira. A avaliação das pequenas e microempresas é significativamente mais pessimista do que a das médias e grandes em todos os itens da pesquisa.
A nota média da pergunta acerca das perspectivas para o Brasil daqui a um ano foi 5,2. Isso indica que, em comparação com o Índice de Confiança de 3,8, o industrial paulista está esperançoso de que a situação do país venha a melhorar.

Exportações
Apesar da média geral ter ficado abaixo de 6,0, a avaliação das grandes empresas foi exatamente de 6,0, demonstrando um certo otimismo delas com relação ao futuro do país.
Os empresários apontaram, em respostas múltiplas, os maiores obstáculos ao aumento das exportações, mesmo depois da desvalorização cambial.
O maior obstáculo, com 77% das citações, foi a burocracia para acesso às linhas de crédito.
Em segundo lugar, com 68% das respostas, ficaram as garantias exigidas para acesso às linhas de crédito.
Em terceiro lugar, com 64% das citações, os custos de produção para competir no mercado internacional.


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