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São Paulo, sábado, 13 de setembro de 2003

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BEBIDA ALCOÓLICA

Medida visa evitar restrições pelo governo

Conar restringe erotismo e jovem em propaganda de cerveja e vinho

DA REPORTAGEM LOCAL

O Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária) decidiu ontem criar novas normas éticas sobre a veiculação de anúncios de cervejas e vinhos. O erotismo, o apelo ao consumo e o uso de linguagens do universo infantil passaram a não ser recomendados pela entidade em anúncios veiculados na TV ou nas rádios antes das 21h30, assim como em veículos impressos que não são destinados em sua maioria ao público adulto.
A novas normas do Conar visam evitar que o governo proíba a publicidade de cervejas e vinhos antes das 22h, o que tem sido estudado por um grupo interministerial liderado pelo Ministério da Saúde. "O Brasil optou por um sistema de auto-regulamentação publicitária, que tem dado certo. Todas as vezes em que o Estado intervém nessa área ele atinge a liberdade pública e o direito à informação", afirmou Gilberto Leifert, presidente do Conar.
A legislação atual proíbe anúncios de bebidas etílicas de alta graduação alcoólica antes das 21h. O Conar aconselha a não-veiculação de anúncios dessas bebidas antes das 21h30.

Menor de 25 anos
O Conar representa anunciantes, agências de publicidade e veículos de comunicação. Na decisão de ontem, a entidade aconselhou também que os anúncios não usem slogans que estimulem o consumo de vinhos e cervejas, não utilizem pessoas com idade de fato ou aparente menor de 25 anos e não tenham fotos ou desenhos que mostrem a ingestão dos produtos.
O Conar recomendou que os anúncios em bares e restaurantes e a publicidade de produtos do tipo ice (mistura de refrigerantes com bebidas etílicas) sigam as mesmas normas. Para a entidade, a publicidade deve se centrar nas marcas dos produtos e estimular o consumo responsável.
Leifert afirmou que 90% dos consumidores de bebidas alcóolicas utilizam esses produtos de maneira responsável. "10% dos consumidores consomem de maneira prejudicial à saúde." Segundo ele, o governo deveria cuidar desses 10% e fazer campanhas em escolas a favor de hábitos saudáveis, abordando problemas que o álcool em excesso causa.
Caso um anúncio não respeite as normas do Conar, ele será analisado pela entidade, que pode recomendar a sua não-veiculação. A entidade afirmou que, nos seus 23 anos de existência, todas as suas decisões foram respeitadas pelos seus associados.


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