Apesar da instabilidade nos mercados do mundo inteiro, o clima em relação ao Brasil está bastante positivo no exterior. As altas da Bolsa no Brasil nesses últimos dois dias indicam esse descolamento em relação às incertezas que vivem, principalmente, os países do Primeiro Mundo. Mesmo com o sobe-e-desce das ações, há a percepção generalizada de que a economia brasileira vive um momento bastante positivo.
O cientista político Cristiano Noronha, analista sênior da consultoria Arko Advice, está nos Estados Unidos, onde se reuniu com diversos bancos estrangeiros e agências de risco. Nesses encontros, constatou que os investidores estrangeiros continuam muitos interessados no Brasil.
"Percebo um clima favorável para os investimentos. Não para o investimento que entra e sai da Bolsa todo santo dia, que é volátil mesmo, mas para os investimentos de longo prazo", afirma Noronha.
Os fundamentos sólidos da economia brasileira, com a política de controle da inflação, a manutenção do superávit primário até acima da meta de 3,75% do PIB e as boas expectativas em relação ao crescimento econômico, de acordo com Noronha, encorajam os investidores a ampliar seus negócios no Brasil, com a abertura de empresas no país e parcerias com companhias brasileiras.
Noronha diz que o Brasil é visto como o porto seguro da região. "Poderíamos receber mais investimentos se não fosse a crise, mas as perspectivas são boas. O país vai continuar atraente para as empresas, nosso risco-país é baixo e temos perspectiva de obter um crescimento econômico razoável", afirma o cientista político.
Nessa viagem, ele pôde constatar também que os mercados emergentes -principalmente a China e a Índia- terão um papel fundamental para amenizar a desaceleração da economia mundial.
"É como se o mundo virasse de cabeça para baixo. O mundo depende da performance chinesa e indiana para sofrer menos com a crise nos Estados Unidos e na Europa."
Para o consultor, na Europa -especialmente no Reino Unido-, a turbulência pode ser maior do que está sendo nos Estados Unidos.
"Os bancos europeus, além de terem comprado títulos que estão perdendo valor no mercado imobiliário norte-americano, também têm seus próprios títulos lastreados nesse tipo de operação, e as pessoas lá também vão ter dificuldades de honrá-los."
EM MINIATURA
A Mattel do Brasil, que representa a marca de carros em miniatura Hot Wheels, traz ao país, em outubro, Alec Tam, diretor de design da linha nos Estados Unidos, para comemorar os 40 anos da marca de carrinhos. Segundo a Mattel, há cerca de 15 milhões de colecionadores das miniaturas no mundo todo. A empresa também fará uma exposição, no mês que vem, com miniaturas colecionadas por cem brasileiros e lançará versões criadas por designers das montadoras Dogde, Ford, General Motors, Honda, Lotus e Mitsubishi. "O Brasil é o país que mais vende fora dos EUA", diz Ricardo Wako, responsável pela área de marketing para produtos para meninos da Mattel do Brasil.



CHIMARRÃO

CHINA PASSA A SER O MAIOR DESTINO DE EXPORTAÇÕES GAÚCHAS
A China passou a ser o maior destino das exportações gaúchas, superando os EUA. De janeiro a julho, o país foi o primeiro, com 20,8% de participação, segundo o Ministério do Desenvolvimento. As vendas aos EUA caíram 9% ante o mesmo período de 2007 e as vendas para a China cresceram 70%. Ocorre em outubro uma missão empresarial ao Oriente com cerca de 70 empresas brasileiras, a maioria do RS, promovida pela ChinaInvest, consultoria especializada nas relações comerciais Brasil-China. O foco da visita será a feira Canton Fair, com mais de 150 mil produtos.

ENXURRADA
Os turistas estrangeiros foram responsáveis por 64,9% do total das visitas no Parque Nacional de Foz do Iguaçu em agosto, segundo a Embratur. De janeiro a agosto, destaca-se o crescimento das visitas de japoneses, chilenos e espanhóis.

FEZINHA
A Caixa Econômica Federal vai ampliar a rede de lotéricas no país. Neste ano, devem ser inauguradas mil unidades e, no ano que vem, outros mil pontos. Com a expansão, a expectativa do banco é gerar aproximadamente 3.000 empregos.

EM ALTA
A consultoria de marcas Interbrand anuncia, no dia 19, a oitava edição do Ranking Interbrand das Marcas Globais Mais Valiosas, em parceria com a "Business Week". No ano passado, a Coca-Cola, que liderou o ranking desde que este foi criado, foi cotada em US$ 65,324 bilhões, seguida pela Microsoft, com US$ 58,709 bilhões, e pela IBM, com US$ 57,090 bilhões.

ARRANHA-CÉU
O primeiro edifício do Rio até hoje a cumprir os requisitos da pré-certificação do selo green building, o Ventura Corporate Towers, terá a primeira torre entregue no dia 23. O empreendimento marca a chegada ao Rio das incorporadoras Tishman Speyer e Camargo Corrêa, responsáveis por investimento de R$ 450 milhões. A primeira torre foi toda vendida a um fundo de investimento internacional por R$ 422 milhões. A segunda será entregue em março de 2010.

TRANSFERÊNCIA
O Banco do Brasil lança nesta semana o serviço de auto-atendimento para iPhone e iPod Touch. O cliente poderá consultar saldos e extratos, fazer pagamentos e transferências.

NO ATELIÊ
O Ateliê Brasil, empresa de brindes corporativos sustentáveis, lançou a linha Carbono Social, de produtos feitos em comunidades envolvidas em projetos para redução de gases de efeito estufa. O trabalho foi parceria entre o Ateliê Brasil e a Social Carbon Company, do grupo CantorCO2e Brazil. Fundado pela artista Eli Tosta, o Ateliê Brasil produz peças de design com sustentabilidade e tem clientes como Petrobras, Embraer e Natura, que as distribuem a seus parceiros como brindes. A empresa divide o lucro com famílias de regiões pobres em todo o país, que, segundo Tosta, conseguem atingir renda mensal superior a R$ 1.000. "Eu não trabalho com artesão isolado, isso não funciona no mercado corporativo, tem que ser competitivo, com as comunidades." A empresa tem parceria com a Care Brasil, o Instituto Ecológica e a Fundação Orsa.

com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI


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