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Após quatro dias de alta, dólar recua 2% e fecha em R$ 1,78
Desvalorização é a maior desde o grau de investimento, em abril; Bolsa avança 2,2%
Moeda dos EUA tem maior
queda diante do euro desde
2006; Petrobras e siderúrgicas
impulsionam Bovespa,
que sobe 0,87% na semana
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A escalada do dólar foi interrompida ontem, após quatro
pregões seguidos de apreciação. A moeda norte-americana,
que havia rompido o teto de R$
1,80 na quinta, encerrou a semana a R$ 1,781, com queda de
2,04% ontem. Essa foi a maior
baixa em um dia desde 30 de
abril, quando o país foi elevado
a grau de investimento.
A queda do dólar ontem não
se restringiu ao real e foi verificada em relação às principais
moedas. Diante do euro, a moeda dos EUA teve recuo de 1,6%
ontem, a mais forte baixa desde
janeiro de 2006.
Como na quinta, o BC optou
por ficar de fora do mercado,
deixando de realizar leilão de
compra de moeda, como vinha
fazendo desde o ano passado.
A Bolsa de Valores de São
Paulo se manteve em alta,
apoiada em novos ganhos de
Petrobras e dos papéis das siderúrgicas. No pregão de ontem, a
Bovespa ganhou mais 2,19%.
As valorizações dos últimos
pregões permitiu que o índice
Ibovespa encerrasse a semana
com alta, de 0,87%. Mas no mês
as perdas da Bolsa ainda são
fortes, acumuladas em 5,9%.
No ano, a queda do índice alcança os 17,99%.
"Como continua saindo muito capital externo, especialmente da Bolsa, o BC acabou
por preferir ficar de fora do
mercado", diz José Roberto
Carrera, diretor da corretora
Fair. "O exportador vinha segurando suas operações na expectativa de que o dólar seguisse
com força em rota de alta. Mas
hoje [ontem], com a perda de
força do dólar lá fora, que influenciou o câmbio aqui, houve
exportador vendendo e favorecendo ainda mais o recuo da
moeda", afirma.
De qualquer forma, a apreciação do dólar no mês permanece elevada, em 8,93%. Segundo levantamento da Economática, a valorização mensal acumulada pela moeda americana
até quinta-feira, quanto fechou
a R$ 1,818, era a maior para um
mês desde setembro de 2002.
Uma melhora mais consistente no cenário internacional,
que estimulasse o retorno dos
investidores estrangeiros para
a Bovespa, favoreceria a apreciação do real. Mas analistas
advertem que ainda é cedo para
contar com isso.
Desde junho, os estrangeiros
têm abandonado o mercado
acionário doméstico, tendo sacado mais de R$ 18 bilhões do
pregão local nesse período. Somente nos primeiros dez dias
deste mês, os estrangeiros mais
venderam que compraram
ações no montante de R$ 865
milhões.
Ontem, os pregões foram de
recuperação na Europa e na
Ásia. A Bolsa de Londres subiu
1,85%, e a de Tóquio, 0,93%.
Nos EUA, o dia foi mais tenso
no mercado, com os investidores à espera de novidades em
relação ao futuro do banco de
investimentos Lehman Brothers. Abatido pela crise, espera-se que o banco seja negociado em breve, havendo a expectativa de que haja novidades sobre o tema no fim de semana.
O índice Dow Jones, que reúne as 30 ações norte-americanas de maior liquidez, fechou
ontem com baixa de 0,10%,
após chegar a cair 1,34% no pior
momento. A Nasdaq teve leve
alta de 0,14%.
Recuperação
O fortalecimento das commodities no exterior ontem
ajudou os papéis de companhias de siderurgia e mineração a se recuperarem, o que favoreceu a alta da Bovespa. As
ações ordinárias da Siderúrgica
Nacional subiram 6,38%, seguidas de Usiminas PNA (3,11%) e
Vale ON (2,54%).
Para a Petrobras, o pregão de
ontem representou mais um
dia de ganhos expressivos.
Após se apreciarem em cerca
de 10% na quinta, as ações da
empresa voltaram a ser destaque: o papel PN subiu 5,09%
ontem, e o ON, 4,44%. A Petrobras ganhou novo ânimo com o
anúncio, na noite de quarta, de
novas reservas a serem exploradas. O fato de o petróleo deixar de recuar -ontem subiu
0,31% em Nova York, a US$
101,18- também ajudou.
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