|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Alta do dólar não anula desvalorização
Estudo da Economática mostra que, para voltar ao patamar do fim de 2002, moeda americana terá de subir 47,7%
Entre as sete moedas
das economias mais importantes da América Latina, real é a que mais perdeu valor neste ano
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
A alta do dólar em relação ao
real durante o ano de 2008 ainda não cobriu a desvalorização
da moeda norte-americana registrada nos últimos cinco
anos, período em que o dólar
apresentou sucessivas quedas
em relação à moeda doméstica.
Dentre as sete moedas das
economias mais importantes
da América Latina, o real continua a ser a moeda que mais perdeu valor neste ano.
Em 2008, até o dia 8 de outubro, o dólar subiu 35,1%, o que
representa uma desvalorização
de 26% do real, segundo dados
da Consultoria Economática.
No dia 8 de outubro, US$ 1
valia R$ 2,3924.
O estudo da Economática foi
feito com as cotações do dólar
Ptax (venda). A Ptax é a taxa
média de venda (compra) do
dólar comercial ponderada pelos volumes negociados, no
mercado interbancário de câmbio, apurada pelo Banco Central, ao final de cada dia. Ela
serve de referência para os negócios em dólar.
Para recuperar o valor dos
anos de queda e voltar ao patamar do final de 2002, o dólar
ainda terá de subir 47,7%, em
relação ao valor de 8 de outubro
passado.
O ano de 2002 foi o último
ano de valorização da moeda
norte-americana em relação ao
real, quando registrou alta de
52,27%.
Dólar em queda
Os cinco anos seguintes, de
2003, 2004, 2005, 2006 e 2007,
foram de queda do dólar em relação ao real.
Em 2003, a moeda dos Estados Unidos caiu no Brasil
18,23%; em 2004, recuou
8,13%; em 2005, 11,82%; em
2006, 8,66%; e em 2007,
17,15%.
A alta do dólar neste ano, até
o dia 8 último, é a terceira
maior valorização desde o Plano Real.
As duas maiores elevações
anuais da moeda norte-americana aconteceram no ano de
1999, quando houve a liberação
do câmbio e o dólar disparou
48,01%, e em 2002, ano da primeira vitória do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva para a
presidência da República, em
que a moeda dos EUA fechou
em alta de 52,27%. Considerando a oscilação de 1º de agosto
até o dia 8 de outubro, a alta do
dólar alcança 53,4%, o que representa uma desvalorização
da moeda local de 34,8%.
A consultoria considerou a
data de 1º de agosto por ter sido
o dia de menor cotação da moeda desde a liberação do câmbio
em 1999. Em 1º de agosto, US$ 1
valia R$ 1,5593.
No mês de outubro, até o dia
8, a moeda norte-americana valorizou-se no Brasil em 24,5%,
o que representa um recuo de
26% do real.
Outras moedas
Enquanto o dólar subiu
35,1% em relação ao real neste
ano, até o dia 8 último, no México, a moeda norte-americana
teve alta de 19,5%; no Chile, de
19,4%; na Colômbia, de 15,4%; e
na Argentina, de apenas 2,2%.
Com relação ao euro, a valorização do dólar foi de 7,2% no
ano, e de 13,4% entre 1º de agosto e 8 de outubro.
Nesse mesmo período, no
Peru, o dólar subiu 3,7%. No
ano, porém, ainda registra desvalorização de 0,5%.
Texto Anterior: Como recapitalizar o sistema bancário e salvar as finanças
Próximo Texto: Câmbio: BNDES prevê que o dólar volte a R$ 1,90 Índice
|