São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 2008

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Alta do dólar não anula desvalorização

Estudo da Economática mostra que, para voltar ao patamar do fim de 2002, moeda americana terá de subir 47,7%

Entre as sete moedas das economias mais importantes da América Latina, real é a que mais perdeu valor neste ano

MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

A alta do dólar em relação ao real durante o ano de 2008 ainda não cobriu a desvalorização da moeda norte-americana registrada nos últimos cinco anos, período em que o dólar apresentou sucessivas quedas em relação à moeda doméstica.
Dentre as sete moedas das economias mais importantes da América Latina, o real continua a ser a moeda que mais perdeu valor neste ano.
Em 2008, até o dia 8 de outubro, o dólar subiu 35,1%, o que representa uma desvalorização de 26% do real, segundo dados da Consultoria Economática.
No dia 8 de outubro, US$ 1 valia R$ 2,3924.
O estudo da Economática foi feito com as cotações do dólar Ptax (venda). A Ptax é a taxa média de venda (compra) do dólar comercial ponderada pelos volumes negociados, no mercado interbancário de câmbio, apurada pelo Banco Central, ao final de cada dia. Ela serve de referência para os negócios em dólar.
Para recuperar o valor dos anos de queda e voltar ao patamar do final de 2002, o dólar ainda terá de subir 47,7%, em relação ao valor de 8 de outubro passado.
O ano de 2002 foi o último ano de valorização da moeda norte-americana em relação ao real, quando registrou alta de 52,27%.

Dólar em queda
Os cinco anos seguintes, de 2003, 2004, 2005, 2006 e 2007, foram de queda do dólar em relação ao real.
Em 2003, a moeda dos Estados Unidos caiu no Brasil 18,23%; em 2004, recuou 8,13%; em 2005, 11,82%; em 2006, 8,66%; e em 2007, 17,15%.
A alta do dólar neste ano, até o dia 8 último, é a terceira maior valorização desde o Plano Real.
As duas maiores elevações anuais da moeda norte-americana aconteceram no ano de 1999, quando houve a liberação do câmbio e o dólar disparou 48,01%, e em 2002, ano da primeira vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência da República, em que a moeda dos EUA fechou em alta de 52,27%. Considerando a oscilação de 1º de agosto até o dia 8 de outubro, a alta do dólar alcança 53,4%, o que representa uma desvalorização da moeda local de 34,8%.
A consultoria considerou a data de 1º de agosto por ter sido o dia de menor cotação da moeda desde a liberação do câmbio em 1999. Em 1º de agosto, US$ 1 valia R$ 1,5593.
No mês de outubro, até o dia 8, a moeda norte-americana valorizou-se no Brasil em 24,5%, o que representa um recuo de 26% do real.

Outras moedas
Enquanto o dólar subiu 35,1% em relação ao real neste ano, até o dia 8 último, no México, a moeda norte-americana teve alta de 19,5%; no Chile, de 19,4%; na Colômbia, de 15,4%; e na Argentina, de apenas 2,2%.
Com relação ao euro, a valorização do dólar foi de 7,2% no ano, e de 13,4% entre 1º de agosto e 8 de outubro.
Nesse mesmo período, no Peru, o dólar subiu 3,7%. No ano, porém, ainda registra desvalorização de 0,5%.


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