São Paulo, terça-feira, 13 de outubro de 2009

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

BID deve rever teto de crédito a empresas

O BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) pretende incluir no pacote de reformas a serem implementadas no começo do ano que vem a revisão do limite para os financiamentos concedidos a empresas privadas, hoje atualmente em 10% do total de recursos disponíveis para cada nação-membro, diz Roberto Vellutini, vice-presidente de países da instituição. Essa é uma das principais demandas do Brasil nas conversas sobre as melhorias de que a instituição internacional de fomento precisa.
"Acho que é razoável, pois o país tem um setor privado muito dinâmico", afirma Vellutini. "A ideia é estudar essa determinação caso a caso em vez de aplicar 10% para todo mundo. Entretanto, não podemos fazê-lo sem ter um modelo de adequação do capital, de como manejar os riscos de emprestar para companhias particulares. Se de fato conseguirmos alavancar os recursos do BID, o banco pode ser um parceiro muito importante a apoiar o setor privado brasileiro."
Assim, a mudança sairia junto com a recapitalização do banco, que o BID espera ter encaminhado razoavelmente até a sua próxima reunião anual, entre março e abril de 2010.
Segundo Vellutini, uma nova injeção de recursos na instituição se faz necessária porque, antes da crise, já havia a previsão de que a demanda por empréstimos em pouco tempo superaria US$ 15 bilhões por ano, contra os R$ 8 bilhões de 2005.
"Do orçamento para quatro anos, concentramos o volume de aprovações neste -foram US$ 16,5 bilhões, ou quase 50% do que estava previsto para todo o período. Até 2010, chegaremos a 80% desse total. É óbvio que isso reduz a capacidade do banco, porém tomamos uma decisão necessária", diz o vice-presidente do BID. "O crescimento dos pedidos vai ser maior ainda no pós-crise, porque as fontes alternativas de financiamento que existiam antes demorarão a voltar."
Na sua estimativa, são necessários de US$ 80 bilhões a US$ 150 bilhões. Neste momento, as discussões entre os membros giram justamente em torno do tamanho do aporte.

COFRE
A quem percebeu a presença de novas máquinas para emissão de notas fiscais nos caixas dos restaurantes, a Secretaria da Fazenda do Estado confirma: o setor foi o que teve a maior alta da arrecadação de impostos com o programa Nota Fiscal Paulista, de 38,6%. No total geral, já descontados prêmios e reembolsos, o recolhimento subiu mais de R$ 1 bilhão.

VETO
A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil enviará uma carta ao presidente Lula para pedir que a redução da jornada de trabalho de 44 horas semanais para 40 horas não seja aprovada. A medida onera em 10% a folha de pagamento, segundo a entidade. A carta será divulgada hoje, em congresso da associação, no Guarujá (SP).

É FÁCIL VIVER NO MAR

Os veículos náuticos estão mais acessíveis. Para adquirir um, agora pode-se fazer um consórcio em até cem meses. Uma carta de crédito de R$ 15 mil para comprar um jet-ski tem parcelas de cerca de R$ 200 na Racon Consórcios. "Ainda se pensa que ter um barco é luxo, por isso os financiamentos são impeditivos", diz o advogado de Florianópolis Aluísio Dobes, que pretende usar o consórcio para trocar a sua lancha.

Construtoras se unem para evitar guerra de preço de material

Um grupo de construtoras formou uma associação que negocia com fornecedores melhores condições de pagamento e entrega de produtos para os associados. O principal objetivo é evitar a guerra de preço que o aumento da demanda do setor pode provocar.
A CompraCon (Associação de Compras da Construção Civil no Estado de São Paulo) será lançada apenas em novembro, mas já assinou cinco convênios com fornecedores.
O acordo que o grupo fez com a Portinari/Cecrisa, de cerâmica, por exemplo, proporcionará aos associados descontos entre 5% e 23% na compra de produtos, segundo afirma o presidente da CompraCon, Alexandre de Oliveira.
Hoje a CompraCon soma 37 associadas, todas da diretoria do SindusCon-SP. A entidade aceita novos membros, desde que sejam sindicalizados. A meta de Oliveira é incluir as 1.200 integrantes do SindusCon-SP no quadro de associados da CompraCom.

BRASIL EM ILLINOIS 1
Em tempos de vacas magras para a academia, o campus de Urbana-Champaign da Universidade de Illinois comemora os US$ 14 milhões que ganhou para abrir seu primeiro centro de estudos brasileiros. A doação vem do empresário brasileiro Jorge Paulo Lemann, que empresta o sobrenome ao novo Lemann Institute for Brazilian Studies.

BRASIL EM ILLINOIS 2
A inauguração será na quinta-feira, dia 15, com a presença, entre outros, da governadora gaúcha Yeda Crusius e do senador cearense Tasso Jereissati, ambos do PSDB. Lemann é o 92º colocado na lista dos bilionários da revista "Forbes", que estima sua fortuna em US$ 5,3 bilhões. O carioca já banca uma bolsa com seu nome na Universidade Harvard.


com DENYSE GODOY, JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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