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Brasil será
auto-suficiente
em gás, diz Lula
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva disse ontem
que o Brasil será auto-suficiente na produção de gás no
curto prazo. "Nós estamos
trabalhando com a certeza
de que, logo, logo, o Brasil
também será independente
na questão da produção de
gás", disse Lula em seu programa matinal de rádio, "Café com o Presidente".
À tarde, em cerimônia no
Planalto, o presidente criticou o negativismo no Brasil e
disse que a falta de gás registrada no Rio há 14 dias foi um
"mal-entendido". "Houve
um problema e de repente se
vendeu como a crise do gás,
quando na verdade não tinha
crise no gás. Teve um mal-entendido sobre o gás."
Pelas projeções do governo, no entanto, o déficit na
oferta de gás continua pelo
menos até 2016, caso a economia cresça no ritmo esperado pela equipe econômica
-cerca de 5% ao ano. A previsão está no PDEE (Plano
Decenal de Expansão de
Energia 2007/2016), estudo
elaborado pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética,
estatal que planeja o setor).
De acordo com o plano, em
2016 faltarão 9,5 milhões de
metros cúbicos de gás por dia
nas regiões Sul, Sudeste e
Centro-Oeste. No Nordeste,
o déficit é maior: 15,14 milhões de metros cúbicos/dia.
Os números do estudo
apontam que a demanda por
gás no Sul, Sudeste e Centro-Oeste aumenta de 61,5 milhões de metros cúbicos por
dia em 2007 para 120,3 milhões de metros cúbicos em
2016. No mesmo período, a
oferta do combustível cresce
de 43,2 milhões de metros
cúbicos para 110,8 milhões
de metros cúbicos por dia.
Maurício Tolmasquim,
presidente da EPE, afirmou
que a declaração do presidente leva em conta a descoberta do campo de Tupi,
anunciada na quinta-feira da
semana passada pela Petrobras. Segundo ele, o campo
de Tupi não foi levado em
consideração nos estudos.
"Existe a possibilidade de
o Brasil vir a ser auto-suficiente, considerando não só
o campo de Tupi como a região toda. Isso, é claro, é uma
questão de probabilidade."
A região a que Tolmasquim fez referência é área de
800 km de extensão entre o
Espírito Santo e Santa Catarina onde a Petrobras avalia
que poderá encontrar petróleo e gás natural em alto-mar, no chamado pré-sal
(abaixo de camada de sal).
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