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Justiça barra mão-de-obra
terceirizada na Volkswagen
Procurador vê trabalho irregular em montadora
MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO
Decisão do juiz da 1ª Vara do
Trabalho de Resende, a pedido
do MPT (Ministério Público do
Trabalho), em Volta Redonda
(a 129 km do Rio), determinou,
ontem, que a unidade da Volkswagen do Brasil em Resende (a
161 km do Rio) não poderá mais
contratar empresas para fornecer mão-de-obra para a realização de serviços ligados à atividade-fim da companhia.
Caso descumpra a ordem judicial, a Volks pagará multa diária de R$ 5.000 por trabalhador
encontrado em situação irregular. A empresa automobilística
tem 30 dias para regularizar a
situação dos trabalhadores.
No momento, ao menos 320
associados da Avape (Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais) de Resende estão trabalhando, como
terceirizados, em funções
apontadas pela Justiça como
essenciais à dinâmica empresarial da Volkswagen.
A Avape também está proibida de fornecer mão-de-obra de
trabalhadores à montadora.
A denúncia de que a Volks estaria contratando mão-de-obra
de forma irregular chegou ao
MPT por intermédio do MTE
(Ministério do Trabalho e Emprego), que destacou, em relatório, o fornecimento de trabalhadores por parte da Avape.
De acordo com o MPT, as
funções dos empregados da
Avape são idênticas às dos funcionários da própria Volks.
"Eles trabalham em atividades ligadas aos departamentos
de manutenção, faturamento,
qualidade, finanças, entre outros considerados essenciais à
dinâmica empresarial da Volks.
A rotina deles é semelhante à
de qualquer funcionário da
montadora, o que caracteriza
vínculo empregatício em atividade-fim. A lei permite a terceirização, mas em atividade-meio", disse o procurador Sandro Henrique Figueiredo Carvalho de Araújo.
O procurador também ressaltou que a natureza jurídica
da Avape tem caráter beneficente, sem fins lucrativos e
composta por pessoas portadoras ou não de deficiência.
"O papel desempenhado pela
Avape viola frontalmente as
prescrições contidas em seu estatuto social, tratando-se de
entidade "assistencial" nitidamente a serviço da Volks na
condição de mera intermediadora de mão-de-obra." O procurador disse ainda que, dos
320 empregados da Avep que
trabalham para a Volks, só 2
têm necessidades especiais.
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