São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Missão brasileira discute cota de frango com União Européia

O secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, e o diretor-executivo da Abef (associação dos exportadores de frango), Christian Lohbauer, se reúnem hoje com membros da União Européia para negociar critérios para utilização das cotas brasileiras de exportação de frango com descontos tarifários, em Bruxelas. Hoje, as licenças para importação dentro da cota, distribuídas aos compradores europeus, não estão sendo emitidas para o trimestre que se inicia em janeiro.
"Queremos resolver o problema para as cotas deste ano, que encerram em julho, para retomar as licenças", diz.
De janeiro a outubro, as vendas brasileiras de carne de ave para a UE somaram mais de US$ 1,6 bilhão -US$ 1,2 bilhão com utilização da cota.
O bloco europeu não aceita a norma do governo brasileiro que entrou em vigor em setembro de que 90% das cotas sejam utilizadas por empresas que já exportam à Europa. As novas empresas que pretendem vender aos europeus teriam direito a 10% das cotas de exportação, segundo a decisão do governo.
Segundo Barral, a mudança nas regras foi proposta para corrigir uma distorção criada na distribuição das cotas entre os importadores europeus.
Como cada importador poderia comprar apenas 5% do volume de carne beneficiado pelo desconto tarifário, um mercado paralelo de venda das licenças de importação foi criado. Empresários europeus abriram empresas fantasmas para receber as cotas e revendê-las a outras companhias. Como as verdadeiras importadoras pagavam pelas licenças, exigiam um desconto no preço do produto dos brasileiros.
"Queremos mostrar na reunião que os únicos que ganham com isso são os atravessadores. Um eventual desconto que poderia ser repassado ao consumidor europeu no preço do frango não chega por conta do mercado paralelo", diz Barral.
O assessor especial da Abef, Ricardo Santin, estima que os brasileiros perdem U$ 300 milhões ao ano com o mercado paralelo de licenças de importação de frango com cota -desconto de US$ 1.024 por tonelada para 342,5 mil toneladas de frango salgado, cozido e de peru brasileiros. As cotas foram criadas em 2004, a partir de um litígio entre Brasil e UE na OMC.
Segundo Santin, a UE propôs que 50% das cotas sejam distribuídas por ordem de solicitação dos certificados de origem da carne brasileira e, as demais, para os exportadores antigos. "Não é justo que empresas que investiram para ganhar a ação na OMC não tenham preferência no uso das cotas."

NA LUPA

A empresa de pesquisa Omni percebeu alterações na sua demanda por conta da crise. Enquanto os estudos regulares, os "trackings", pedidos por clientes em intervalos fixos, passaram a ser feitos com menor freqüência, os estudos e sondagens pontuais para eventos, como lançamentos de produtos ou conceitos, tiveram alta de 44% na procura, na comparação com o período de setembro a outubro de 2007, segundo Regina Pacheco, proprietária da Omni. "Em situação de crise, a preocupação em não errar na tomada de uma decisão é maior. Agora as empresas têm procurado se resguardar para diminuir o máximo possível a margem de erro", afirma Pacheco.

PAPO BOM

O presidente Lula vai dar uma pausa na crise para receber o ex-técnico da seleção brasileira de futebol, Luiz Felipe Scolari, na terça-feira, para falar de um dos temas que ele mais gosta: futebol. Claro que o encontro será logo depois de uma reunião já agendada com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para discutir a crise econômica. Já esse assunto, ele não deve gostar tanto.

ÉTICA

Cerca de 89% dos moradores de Brasília dizem que já compraram ou usaram produto pirateado, segundo levantamento do Centro Universitário do Distrito Federal que será divulgado dia 18. Cerca de 13% dos entrevistados dizem que pagariam propinas para se livrar de multas. O senador Cristovam Buarque (PDT) vai dar palestra na apresentação da pesquisa.

APOIO:
IBM, SANTANDER E IFC LANÇAM PORTAL PARA PEQUENOS EMPRESÁRIOS

Fabio Barbosa, presidente do grupo Santander Brasil, Ricardo Pelegrini, presidente da IBM Brasil, e Pedro Mader Meloni, da IFC (International Finance Corporation) no Brasil, lançam hoje o portal SME Toolkit, na sede do Banco Real. A plataforma traz ferramentas de apoio para o desenvolvimento, administração e crescimento sustentável de pequenas e médias empresas. O projeto, desenvolvido pela IFC, conta com o apoio da IBM e patrocínio do Banco Real.

NAS PÁGINAS
O jornalista Paulo Piratininga, diretor da Scritta, fez ontem uma sessão de autógrafos do livro "Como usar a mídia a seu favor -As melhores práticas para ser notícia", na livraria Martins Fontes, em São Paulo. Lançamento da editora CLA Cultural, a obra orienta empresários sobre como conquistar um espaço na mídia e as melhores formas de divulgar um negócio.

GIZ
Será inaugurada amanhã, no Rio, a escola municipal Octavio Frias de Oliveira. Com investimento de R$ 3,3 milhões, a instituição é a 23ª escola padrão da prefeitura, adaptada para portadores de necessidades especiais. A inauguração contará com a presença do prefeito Cesar Maia (DEM), da secretária municipal de Educação, Sônia Mograbi, e de integrantes da família Frias de Oliveira. Localizada na estrada de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, a escola já funciona desde setembro e atende 339 alunos de educação infantil e ensino fundamental. A partir do ano que vem, funcionará com sua capacidade máxima, de 630 estudantes, divididos em 11 salas.

CATAVENTO
A Secretaria de Saneamento e Energia do governo do Estado de São Paulo está produzindo um atlas eólico do Estado com o objetivo de mapear os locais onde é possível instalar aerogeradores para a produção de energia. Nos estudos prévios, a região sudoeste do Estado (Pontal do Paranapanema) e a Serra do Mar foram as que apresentaram os ventos mais fortes e constantes.

CONECTADOS
O Banco do Brasil bateu recorde no número de contratos de câmbio de exportação e importação via internet em outubro, com 13,6 mil operações. Cerca de 65% dos contratos de câmbio à exportação foram feitos on-line, somando US$ 352,4 milhões. "A maior adesão resulta da nossa estratégia de difundir as operações pela internet. Isso reduz custos e dá agilidade", diz o diretor de comércio exterior, Nilo Panazzolo. Apesar da alta no número de contratos on-line, o BB teve uma queda no volume total de operações de câmbio em outubro ante setembro: US$ 4,33 bi para a exportação e US$ 3,26 bi para importação.

com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI



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