São Paulo, sexta-feira, 13 de novembro de 2009

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Setor de cana testará novos processos

Um novo método para processar o bagaço de cana será testado no Brasil por meio de um projeto do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo. Trata-se de um sistema de gaseificação do produto, que pode dobrar a produção energética por hectare plantado de cana de açúcar em relação à queima do bagaço, processo utilizado atualmente.
Um pedido de financiamento ao projeto no valor de R$ 110 milhões já foi encaminhado pelo IPT ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no dia 2 de outubro. Os recursos serão utilizados para a construção de uma planta-piloto em Ribeirão Preto (SP), segundo o diretor-presidente do IPT, João Fernando Gomes de Oliveira.
A matéria-prima será fornecida pelas usinas de açúcar e álcool da região, mas os subprodutos gerados poderão ser testados na planta por quatro empresas que participam do projeto. O IPT não divulgou os nomes das companhias, mas informou que elas são dos setores petroquímico, de equipamentos e de energia.
Hoje, as usinas queimam o bagaço da cana para produzir energia elétrica, processo que aproveita apenas 20% do potencial energético do produto. Com o sistema de gaseificação, 40% do potencial energético da cana será aproveitado para produção de eletricidade.
O processo também permitirá a produção de álcool, biodiesel e polímeros. Ou seja, será possível produzir mais álcool sem aumentar a área plantada de cana, afirma Oliveira.
O projeto prevê quatro anos de duração e parcerias com as três universidades estaduais de São Paulo (USP, Unicamp e Unesp). Os pesquisadores do IPT também estão em contato com instituições suecas e alemãs, que estudam a gaseificação para processamento de madeira e palha de trigo.

Queremos ser intermediários entre as universidades e as empresas, para transformar o conhecimento científico em processos
JOÃO FERNANDO GOMES DE OLIVEIRA
diretor-presidente do IPT

Bancos registram diminuição da rentabilidade

Os balanços dos bancos nos primeiros nove meses deste ano mostraram queda da rentabilidade ante o mesmo período de 2008, segundo a agência classificadora de risco Austin Rating. Santander foi a única exceção.
Bancos federais públicos, Banco do Brasil (23,7%) e Caixa Econômica Federal (21,9%), lideram a rentabilidade do setor pelo segundo ano consecutivo.
O Bradesco, com retorno de 20%, foi mais rentável que o Itaú Unibanco, que teve 18,7%. A fusão dos dois bancos completou um ano. A dianteira do Bradesco não ocorria desde 2006.
O Santander, que fez recente IPO (oferta inicial de ações), viu sua rentabilidade sobre o patrimônio líquido subir de 12,3%, de janeiro até setembro de 2008 para 14,1%, neste ano.

NA ESTRADA 1
O Sinicesp (Sindicato da Indústria da Construção Pesada) mandou ontem um ofício para o secretário dos Transportes do Estado, Mauro Arce. As empresas de engenharia, que reclamam há meses da falta de pagamento, dizem que o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) agora começou a pedir a paralisação de obras em todo o Estado, já que não pode pagar. O fato resultará em demissão em massa, segundo o sindicato.

NA ESTRADA 2
O setor calcula que a dívida já supera os R$ 500 milhões. O DER afirma que o valor é menor e informa que "os recursos já foram solicitados à Secretaria do Planejamento para que sejam equacionadas as pendências financeiras".

NA ESTRADA 3
A situação deve se agravar com a proximidade do final do ano, de acordo com o Sinicesp. Nesta época, "as empresas precisam honrar compromissos com fornecedores, arcam com o ônus de juros elevados e precisam pagar salários, encargos sociais, décimo terceiro salário, além de outros gastos correntes", diz a carta enviada ao secretário. O valor da dívida tende a crescer.

DESEMBARQUE
Christophe Chenut, CEO da grife francesa Lacoste, desembarcou no Brasil pela primeira vez nesta semana. Circulou por Rio, Manaus e São Paulo. No Rio, Chenut tratou da estratégia de expansão e das negociações para a abertura da terceira loja própria da marca no país, sem definição ainda de local e data de inauguração. Sabe-se apenas que é para o próximo ano. A marca está presente em 112 países, com faturamento mundial de 1,5 bilhão em 2008. No Brasil, tem 62 lojas, 15 delas abertas nos últimos dois anos. Chenut também participou de iniciativas ligadas à preservação de animais.

CARAJÁS
A Justiça Federal do Pará condenou em primeira instância o governo do Estado e a União a pagar indenização à Vale por prejuízos causados pela ocupação pelo MST da Estrada de Ferro Carajás, em três datas de abril e maio de 2008. O juiz federal Carlos Henrique Borlido Haddad não fixou o valor a ser pago à companhia.

TRILHOS
Guido Mantega (Fazenda) estará em Guarulhos no dia 7 de dezembro. Vai abrir o seminário "O Brasil nos Trilhos". A cidade deverá receber uma estação do Trem de Alta Velocidade.

RECUPERAÇÃO 1
O mercado de recuperação judicial está aquecido. O escritório Emerenciano, Baggio e Associados Advogados, em São Paulo, registrou crescimento em sua carteira de clientes. Em julho, o escritório atendia 14 empresas, hoje atende 21. O escritório administra hoje cerca de R$ 1,5 bilhão em passivo.

RECUPERAÇÃO 2
No Rio de Janeiro, o número de processos relativos a recuperações judiciais registrou um aumento acelerado neste ano. Em janeiro havia quatro processos em curso no Tribunal de Justiça do RJ, hoje são 424.

RECUPERAÇÃO 3
Foi publicado no Diário Oficial aviso aos credores da Athos Farma Distribuidora de Produtos Farmacêuticos e da Athos Farma Sudeste S.A. O plano de recuperação judicial foi disponibilizado em cartório para consulta. Segundo o advogado das empresas, Alfredo Bumachar, os credores podem se manifestar sobre as propostas até 6 de dezembro. Os principais credores são indústrias farmacêuticas e instituições bancárias e a dívida é de R$ 360 milhões. BONÉ
A marca Jonny Size, do vocalista da banda O Rappa, Marcelo Falcão, abrirá sua primeira loja exclusiva neste mês, no bairro Itaim, em São Paulo. Hoje os itens da grife estão à venda em cerca de 400 multimarcas. No futuro, Falcão também planeja expandir a marca por meio de franquias.


com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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