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BB lucra R$ 1,98 bi e aumenta liderança em ativos
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Com os concorrentes privados ainda tímidos no crédito, o
Banco do Brasil acelerou a concessão de novos empréstimos
no terceiro trimestre e seguiu
ganhando mercado.
O BB teve lucro líquido de R$
1,979 bilhão no terceiro trimestre, 6% acima do registrado no
mesmo período de 2008 e 2,3%
maior do que no trimestre anterior. O resultado ficou acima
do R$ 1,811 bilhão do Bradesco,
mas abaixo dos R$ 2,268 bilhões do Itaú Unibanco.
Com a agressividade no crédito e com as aquisições, o BB
encerrou setembro com R$
685,7 bilhões em ativos, bastante à frente do rival Itaú Unibanco (R$ 612 bilhões), que
perdeu a liderança em porte no
final do primeiro semestre. O
Bradesco segue em terceiro,
com R$ 485,7 bilhões.
Pela primeira vez, o BB incluiu 50% do Banco Votorantim, comprado em janeiro, que
trouxe R$ 45 bilhões.
Mas foi a agressividade do BB
na expansão do crédito que
mais surpreendeu. O banco
ampliou sua participação no
crédito de 18,7% para 20,1% de
junho para setembro, encostando nos 20% do rival Itaú.
A carteira total de empréstimos do BB, incluindo avais e
fianças, ultrapassou em setembro os R$ 300 bilhões, crescendo em ritmo anual de 41,1%,
bastante acima dos 16,2% do
mercado como um todo.
Na conta, estão os empréstimos feitos pela Nossa Caixa e
metade do Votorantim. Descontando-se os dois bancos e os
avais, o BB teve crescimento
ainda agressivo, de 26%.
"Spread"
Para avançar no crédito, porém, o BB teve reduzidas suas
margens de ganho, possivelmente com a redução dos
"spreads" [diferença entre juro
de captação e repassado ao
cliente]. Segundo a Austin Ratings, o retorno sobre o patrimônio líquido, indicador de
rentabilidade do acionista, recuou de 28% no terceiro trimestre de 2008 para 23,7% no
último trimestre. Mesmo assim, segue acima dos 18,7% de
Itaú e dos 20,3% do Bradesco.
Para o presidente do BB, Aldemir Bendine, os bancos privados devem agora avançar
com mais fôlego para retomar o
espaço perdido. "Como a gente
tem condições privilegiadas em
relação a custo, qualificação de
profissionais, diferenciais em
relação à capilaridade, a gente
imagina que continue crescendo acima do mercado", disse.
Apesar da forte expansão, o
BB não teve piora na qualidade
dos empréstimos, principal
preocupação dos bancos privados durante a crise. A inadimplência acima de 90 dias dos
clientes pessoa física atingiu o
pico de 5,9% em março, mas já
desceu a 5,2% em setembro. No
caso das empresas, os atrasos
também recuaram -passaram
do pico de 3,2% em junho para
3,1% em setembro.
"O BB cresceu com consignado e veículos, modalidades de
baixo risco. Aproveitou o IPI
[menor] para emprestar. A
compra do Votorantim, forte
em veículos, caiu como uma luva", diz Luis Miguel Santacreu,
analista da Austin Ratings.
Após esse crescimento, o BB
está hoje com a menor capitalização entre os grandes bancos,
o que leva o mercado a cogitar
um aumento de capital em breve. Segundo Bendine, o BB ainda tem folga para conceder
mais R$ 100 bilhões em financiamentos. Para elevar o capital, o banco captou US$ 1,5 bilhão em outubro com títulos
perpétuos. "O BB deverá fazer
em algum momento um aumento de capital", disse João
Augusto Salles, da Lopes Filho.
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