São Paulo, sexta-feira, 13 de novembro de 2009

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Anatel aprova venda da GVT, mas impõe restrições à Telefônica

Grupo espanhol disputa com a Vivendi a compra da empresa; venda à francesa não teria ressalvas

DA REPORTAGEM LOCAL

O Conselho Diretor da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) concedeu ontem anuência prévia para a venda da GVT. A transferência do controle acionário da operadora não poderia ocorrer sem que a agência avaliasse as implicações do negócio do ponto de vista regulatório.
No início de setembro, a GVT, companhia de telefonia fixa e de banda larga, anunciou um acordo de compra e venda com a Vivendi. O grupo francês de mídia ofereceu R$ 5,7 bilhões pela empresa.
Após um mês, os espanhóis da Telefônica fizeram uma oferta agressiva de R$ 6,5 bilhões por 100% do capital da companhia. Mais tarde, subiram o lance para R$ 6,9 bilhões.
Ontem, a Anatel decidiu que, independentemente da decisão dos acionistas da GVT em relação ao comprador, não haverá restrições à venda para a Vivendi. Isso porque o grupo francês não atua nesse setor no Brasil.
Para a Telefônica, a situação é diferente. O conselho diretor decidiu que as duas companhias terão de ficar separadas. "A Telesp e a GVT deverão manter autônomas e independentes as suas estruturas administrativas, operacionais, funcionais e comerciais, bem como manter o nível de emprego, operando de forma separada, contábil e financeiramente, preservada a marca GVT, pelo prazo de cinco anos a contar da data de concretização da operação. Decorridos 24 meses, a Telesp e a GVT poderão requerer, fundamentadamente, a reavaliação deste condicionamento", diz a nota da Anatel.
Caso a GVT fique com a Telefônica, as companhias terão ainda de apresentar à agência, em seis meses, proposta de solução para a eliminação da sobreposição de outorgas do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC) e para a devolução de Códigos de Seleção de Prestadora (CSP), cuja implementação deverá ocorrer no prazo de 18 meses após a concretização da operação.
Outra exigência se refere aos investimentos. A Telefônica terá de aplicar até 100% do total recolhido por ano ao Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel) durante dez anos.
Para os clientes da GVT, a Telefônica terá de manter a qualidade dos serviços hoje prestados pela operadora e divulgar que está cumprindo essa exigência da Anatel.
Consultadas, as companhias envolvidas não quiseram comentar a decisão da agência.


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