São Paulo, sexta-feira, 13 de novembro de 2009

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Com queda nas commodities, Bolsa de SP perde 3%

Recuo de Vale e Petrobras pesa; dólar vai a R$ 1,738

DA REPORTAGEM LOCAL

O cenário internacional ditou o rumo do mercado brasileiro. Com commodities em baixa e dólar em alta, a Bolsa de Valores de São Paulo sucumbiu à depreciação das ações da Petrobras e do setor de siderurgia e mineração, para terminar com queda de 2,99%.
Apesar de expressiva, a baixa de ontem não consumiu todos os ganhos acumulados no mês, que ainda estão em 4,72%.
O petróleo recuou 2,95% e encerrou as operações cotado a US$ 76,94 em Nova York.
As ações preferenciais da Petrobras, que responderam por 10% do total movimentado na Bolsa, caíram 1,99%.
O papel preferencial "A" da Vale, o mais negociado do pregão -16% do total-, recuou 4,08%. Entre as siderúrgicas, houve destaques de baixa para Gerdau PN, que teve queda de 4,28%, e Usiminas ON, que perdeu 4,02%.
O dólar subiu mais uma vez, mesmo sem o governo anunciar novidades para o segmento cambial, como espera o mercado. A moeda norte-americana terminou cotada a R$ 1,738, após se apreciar em 0,93%.
No exterior, o dólar registrou alta também em relação às principais divisas internacionais. O euro se depreciou em 0,73%, para terminar o dia cotado a US$ 1,4866.
Durante alguns momentos do pregão, a Bovespa chegou a operar em alta, marcando 0,27% de ganhos no pico do dia. Mas com o esfriamento de Wall Street o mercado local não conseguiu manter o ritmo.
O índice acionário Dow Jones, que reúne as 30 ações americanas mais negociadas, sofreu baixa de 0,91%, com 25 de seus papéis em queda. A Bolsa eletrônica Nasdaq recuou 0,83%.
Com o cenário internacional menos animador, os estrangeiros seguraram suas compras ontem na Bovespa, o que pesou no resultado final.
Nos primeiros dez dias do mês, os estrangeiros mais compraram que venderam ações brasileiras, em um montante de R$ 827,1 milhões. Essa entrada de capital externo recompôs parte da fuga registrada nos últimos dez dias de outubro, quando R$ 3,9 bilhões deixaram o mercado de ações local, em resposta à decisão do governo de passar a cobrar 2% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) do capital externo, anunciada no dia 19.
No pregão de ontem, a movimentação na Bovespa manteve-se elevada. Houve 435,9 mil negócios, o que representou giro financeiro de R$ 8,08 bilhões. Em outubro, a Bolsa brasileira registrou sua maior média diária da história, com 436,25 mil transações.
Profissionais do mercado avaliam que a correção de ontem não representa uma virada na Bolsa. Mas que esse tipo de resultado negativo é inevitável e que altos e baixos ocorrerão daqui até o fim de 2009.
"Após certa euforia com os números econômicos, estamos, aos poucos, voltando à realidade. Existia uma leitura excessivamente otimista quanto à recuperação global, e alguns analistas chegaram a decretar uma reviravolta na economia. Obviamente não será nem tão simples nem tão rápido o movimento de volta ao topo. A divulgação da produção industrial na Europa mostrou isso com razoável precisão", afirmou Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Gradual Investimentos
Ontem, foi divulgado que a produção industrial da zona do euro registrou ampliação de 0,3% no mês de setembro. Em agosto, o resultado havia sido de aumento de 1,2%.
A Bolsa de Frankfurt terminou com baixa de 0,08%. Em Londres, a Bolsa de Valores registrou leve alta de 0,19%.
(FABRICIO VIEIRA)


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