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Com queda nas commodities, Bolsa de SP perde 3%
Recuo de Vale e Petrobras pesa; dólar vai a R$ 1,738
DA REPORTAGEM LOCAL
O cenário internacional ditou o rumo do mercado brasileiro. Com commodities em
baixa e dólar em alta, a Bolsa de
Valores de São Paulo sucumbiu
à depreciação das ações da Petrobras e do setor de siderurgia
e mineração, para terminar
com queda de 2,99%.
Apesar de expressiva, a baixa
de ontem não consumiu todos
os ganhos acumulados no mês,
que ainda estão em 4,72%.
O petróleo recuou 2,95% e
encerrou as operações cotado a
US$ 76,94 em Nova York.
As ações preferenciais da Petrobras, que responderam por
10% do total movimentado na
Bolsa, caíram 1,99%.
O papel preferencial "A" da
Vale, o mais negociado do pregão -16% do total-, recuou
4,08%. Entre as siderúrgicas,
houve destaques de baixa para
Gerdau PN, que teve queda de
4,28%, e Usiminas ON, que perdeu 4,02%.
O dólar subiu mais uma vez,
mesmo sem o governo anunciar novidades para o segmento
cambial, como espera o mercado. A moeda norte-americana
terminou cotada a R$ 1,738,
após se apreciar em 0,93%.
No exterior, o dólar registrou
alta também em relação às
principais divisas internacionais. O euro se depreciou em
0,73%, para terminar o dia cotado a US$ 1,4866.
Durante alguns momentos
do pregão, a Bovespa chegou a
operar em alta, marcando
0,27% de ganhos no pico do dia.
Mas com o esfriamento de Wall
Street o mercado local não conseguiu manter o ritmo.
O índice acionário Dow Jones, que reúne as 30 ações americanas mais negociadas, sofreu
baixa de 0,91%, com 25 de seus
papéis em queda. A Bolsa eletrônica Nasdaq recuou 0,83%.
Com o cenário internacional
menos animador, os estrangeiros seguraram suas compras
ontem na Bovespa, o que pesou
no resultado final.
Nos primeiros dez dias do
mês, os estrangeiros mais compraram que venderam ações
brasileiras, em um montante
de R$ 827,1 milhões. Essa entrada de capital externo recompôs parte da fuga registrada nos
últimos dez dias de outubro,
quando R$ 3,9 bilhões deixaram o mercado de ações local,
em resposta à decisão do governo de passar a cobrar 2% de
IOF (Imposto sobre Operações
Financeiras) do capital externo, anunciada no dia 19.
No pregão de ontem, a movimentação na Bovespa manteve-se elevada. Houve 435,9 mil
negócios, o que representou giro financeiro de R$ 8,08 bilhões. Em outubro, a Bolsa brasileira registrou sua maior média diária da história, com
436,25 mil transações.
Profissionais do mercado
avaliam que a correção de ontem não representa uma virada
na Bolsa. Mas que esse tipo de
resultado negativo é inevitável
e que altos e baixos ocorrerão
daqui até o fim de 2009.
"Após certa euforia com os
números econômicos, estamos,
aos poucos, voltando à realidade. Existia uma leitura excessivamente otimista quanto à recuperação global, e alguns analistas chegaram a decretar uma
reviravolta na economia. Obviamente não será nem tão
simples nem tão rápido o movimento de volta ao topo. A divulgação da produção industrial
na Europa mostrou isso com
razoável precisão", afirmou Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Gradual Investimentos
Ontem, foi divulgado que a
produção industrial da zona do
euro registrou ampliação de
0,3% no mês de setembro. Em
agosto, o resultado havia sido
de aumento de 1,2%.
A Bolsa de Frankfurt terminou com baixa de 0,08%. Em
Londres, a Bolsa de Valores registrou leve alta de 0,19%.
(FABRICIO VIEIRA)
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