São Paulo, sexta-feira, 13 de dezembro de 2002

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COMÉRCIO

Associação de lojistas diz que previsão de aumento de 12% nas vendas está muito além do esperado pelo resto do varejo

Vendas de Natal dividem shoppings e lojistas

JOSÉ SERGIO OSSE
DA REPORTAGEM LOCAL

A expectativa de crescimento nas vendas de Natal dos shoppings é irreal, afirma a Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings). Enquanto os shoppings esperam crescimentos entre 8% e 12% em relação ao Natal de 2001, a entidade crê que esse aumento não deve passar de 2%.
A disparidade entre os dados é constante entre os shoppings e a associação de lojistas. Na comparação entre os Natais de 2000 e 2001, por exemplo, os shoppings apresentaram resultados de venda até 23% superiores do do Natal anterior, enquanto a Alshop registrou expansão máxima de 2% na mesma ocasião.
Neste ano, os shoppings dizem que suas expectativas já vem sendo alcançadas e, em alguns casos, superadas. A Alshop, porém, afirma que, nos últimos fins de semana, o volume de vendas empatou com o mesmo período de 2001.
De acordo com Nabil Sahyoun, presidente da Alshop, os números dos shoppings estão altos demais.
"Em sã consciência, com essa crise na economia, é muito complicado falar num aumento de 12% nas vendas", diz Sahyoun.
A Alshop, diz ele, faz o levantamento sempre com o mesmo número de lojas. Já os shoppings contabilizam todos os lojistas, o que, em caso de expansão, faz crescer o volume de vendas total. Para Sahyoun, porém, os números da Alshop são bastante confiáveis uma vez que ficam próximos dos números da Fecomércio (Federação do Comércio).
Segundo Luiz Quinta, diretor-superintendente da rede Renasce (que, entre outros, inclui o Morumbi Shopping em São Paulo e o Barra Shopping no Rio), o aumento no número de clientes deve ser de até 15%, semelhante ao esperado por outros shoppings.
O aumento na circulação é o único dado no qual os dois lados concordam. Para a Alshop, o número de clientes deve realmente ser até 15% superior a 2001, apesar de isso não significar necessariamente um aumento nas vendas.
Os shoppings rebatem a Alshop com dados sobre o crescimento do setor nos últimos meses.
"Os números não apenas da rede, mas de todo o setor, mostram que há um aumento significativo para os shoppings. Desde agosto, o crescimento no setor está bem superior ao registrado em 2001", diz Quinta. "Os dados estão no site da Abrasce [Associação Brasileira de Shoppings Centers", qualquer um pode acessá-los."
A Abrasce reúne os empreendedores dos shoppings, não seus lojistas. Os dados mensais sobre o setor não constam da área pública do site da associação.

Compras caras
Os shoppings dizem que os produtos mais procurados para o Natal não são, necessariamente, "lembrancinhas" como ocorreu em outras datas importantes para o comércio neste ano. Jóias, DVDs e celulares são alguns dos presentes que estão nessa lista.
"A procura por presentes "bons" é clara em nossos clientes. Eles procuram DVDs e celulares. A cada R$ 100 gastos no shopping, o cliente ganha uma entrada para o rinque de patinação; até agora já demos 30 mil entradas e esperamos dar mais 60 mil", diz Glorinha Baumgart, diretora de marketing do Shopping Center Norte.
Isso acontece também em outras regiões. No Parque D. Pedro Shopping, em Campinas (SP), a procura por jóias e DVDs aumentou bastante nos últimos dias, diz Wagner Geraldis, superintendente do shopping. Ele lembra, porém, que o shopping tem apenas um ano e que não há base de comparação anual. Ainda assim, diz que as vendas neste mês e no anterior superaram a expectativa da empreendedora, a Sonae Shoppings, para o projeto no período.


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