São Paulo, quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

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Citigroup estuda dividir instituição em duas

DA REDAÇÃO

Um dos símbolos da atual crise, o Citigroup deve dar fim ao modelo que adotou desde 1998 e separar a sua problemática unidade de investimento e financiamento aos consumidores nos EUA das suas operações de banco comercial global, em uma tentativa de continuar funcionando.
Sob forte pressão dos órgãos reguladores e com prejuízos bilionários, o Citigroup pretende separar várias unidades que já não considera mais centrais para o banco, como setores de investimento e de financiamento de hipotecas de alto risco ("subprime"), segundo pessoas ligadas às negociações. Ele isolaria as operações que não apresentam bons resultados das que continuam fortes.
O primeiro passo para isso foi a aprovação do acordo com o Morgan Stanley, em que o Citigroup concordou com a fusão da sua corretora Smith Barney com as operações de corretagem do banco rival. Pelo acordo, o Morgan Stanley pagará US$ 2,7 bilhões e terá 51% das ações da joint venture, podendo expandir a sua participação no futuro, ficando, portanto, com o controle da maior rede de corretagem dos Estados Unidos, superando a equipe do Merrill Lynch, adquirido pelo Bank of America em 2008.
A decisão, se confirmada, marcará uma mudança na estratégia adotada pelo banco desde 1998, quando foi feita a fusão entre o Citicorp e o Travelers Group. Desde então, ele visava ser um banco em que o cliente poderia resolver todas as necessidades financeiras, de investimento a seguro.
Em novembro, o governo dos EUA injetou US$ 20 bilhões no Citigroup e se comprometeu a honrar a maior parte de US$ 306 bilhões em papéis "podres" da instituição. Um mês antes, ele já havia obtido US$ 25 bilhões do governo como parte do pacote de US$ 700 bilhões de ajuda aos bancos.
Também ontem, o banco britânico Barclays anunciou a demissão de 2.100 funcionários de suas unidades de investimento e de administração de fortunas, em mais um sinal de que a crise global continua a se agravar. O corte representa aproximadamente 7% da força de trabalho dessas operações, que até pouco tempo eram altamente lucrativas.


Com "The New York Times" e "Financial Times"


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