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Comércio exterior chinês tem maior queda desde 99
Importações e exportações recuam em dezembro
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
As exportações e as importações da China caíram pelo segundo mês consecutivo em dezembro. Foi a maior queda desde 1999. As importações recuaram 21,3% em relação a dezembro de 2007, e as exportações,
2,8%, pelos valores em dólares.
Até outubro, o governo chinês afirmava que o país estava
imune à crise financeira global.
O baque nas exportações chinesas fica maior (9%) se a conta
for feita pelo valorizado yuan, a
moeda chinesa.
Há tensão no país quanto à
possibilidade de mais desemprego por conta na queda das
vendas de produtos chineses
pelo mundo. Cerca de 20 milhões de chineses trabalham
nas fábricas voltadas exclusivamente à exportação.
Analistas estimam uma baixa
de aproximadamente 20% das
exportações nos próximos meses em relação ao ano passado.
Parte da queda nas importações chinesas ocorre pela redução de preços de matérias-primas compradas pela China mas
também pela queda na demanda interna.
Para Ulrich, o setor exportador deve sofrer ainda mais. A
Feira Anual de Exportações e
Importações da China está reduzindo o valor cobrado dos expositores pela primeira vez em
sua história.
Apenas na Província de
Guangdong, a mais populosa do
país, 60 mil empresas fecharam
em 2008. O governo está oferecendo restituições de impostos
a exportadores para compensar a crise. Os dois principais
mercados da China, a União
Europeia e os Estados Unidos,
estão em recessão. Juntos, eles
ficam com mais da metade das
exportações chinesas.
Em novembro, as exportações já tinham caído 2,2%, e as
importações, 17,9%.
O consumo de energia elétrica caiu nos últimos três meses,
principalmente pela desaceleração da atividade industrial.
Em comparação com 2007, a
queda em outubro foi de 3,69%,
a de novembro, 8,14%, e a de
dezembro, 8,93%, segundo o
Conselho de Eletricidade da
China. Indústrias que consomem muita energia, como siderúrgicas e cimenteiras, estão
entre as mais afetadas.
O crescimento na venda de
automóveis foi o menor da década (6,7% em relação a 2007),
segundo a Câmara Automobilística da China. No ano anterior, a alta tinha sido de 21,84%.
As vendas chegaram a 9,38
milhões de unidades em 2008,
o que faz o país ser o segundo
maior mercado de automóveis
no mundo.
Os números negativos contrastam com a retórica do governo. O primeiro-ministro,
Wen Jiabao, disse na segunda-feira que a China seria a primeira grande economia do mundo
a sair da crise e que havia motivos para estar otimista.
Déficit menor nos EUA
Com a recessão, que fez reduzir o consumo, e a queda no
preço do petróleo, o déficit comercial dos Estados Unidos
atingiu em novembro de 2008
seu menor valor em cinco anos.
O déficit entre importações e
exportações dos EUA caiu para
US$ 40,4 bilhões em novembro, US$ 16,3 bilhões menos
que em outubro. A queda de
28,7% foi a maior registrada pelo saldo comercial em 12 anos.
Um dos motivos para o recuo
foi a queda nos gastos com petróleo, que caíram 36,5%, resultado do menor consumo de
combustíveis e da retração no
preço do barril. As importações
caíram 12%, com os consumidores gastando menos. Um dos
sinais disso é que o déficit com
a China caiu de US$ 28 bilhões
para US$ 23,1 bilhões.
Já o déficit orçamentário foi
de US$ 485,2 bilhões no período de outubro a dezembro de
2008, caminhando para superar o recorde de US$ 1 trilhão.
Colaborou a Redação
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