MAURÍCIO MORAES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A recessão que afeta o Japão fez inverter o fluxo dos decasséguis brasileiros. Há mais gente voltando ao Brasil que indo ao país asiático em busca de trabalho. A situação precária de muitos imigrantes fez o governo japonês anunciar, ontem, a criação de um comitê para auxiliar os estrangeiros em dificuldades financeiras.
Embora nenhuma medida concreta tenha sido apresentada, o Ministério da População e Igualdade Entre os Sexos disse que vai atuar na recolocação dos imigrantes desempregados e em treinamento e educação, a partir do próximo mês.
A taxa de desemprego no Japão ainda é relativamente baixa, 3,9% em novembro, mas só faz crescer nos últimos meses, e os imigrantes são os mais afetados. Os 322 mil brasileiros são o terceiro maior grupo no país, depois dos chineses e dos coreanos.
Não há dados consolidados sobre quantos brasileiros deixaram ou entraram no país desde o agravamento da crise financeira. "Mas tem mais brasileiro voltando que indo. Isso desde que o real aumentou [de valor] e o iene [moeda japonesa] diminuiu", disse Terushiko Sakura, diretor do Ciate (Centro de Informação e Apoio ao Trabalho no Exterior), órgão do governo japonês.
Em novembro, a produção industrial no país caiu 8,1%, maior índice em 55 anos.


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