São Paulo, quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

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PIB alemão cai 5%, a maior retração desde a 2ª Guerra

Dado indica que maior economia europeia ficou estagnada no 4º tri, após 6 meses de alta

Analistas ainda apostam que a economia vai crescer até 2% neste ano, mas afirmam que resultado depende de demanda global


DA REDAÇÃO

A Alemanha não só terminou o ano passado com a maior retração econômica desde o fim da Segunda Guerra Mundial como também a recuperação que ela começou a mostrar em meados de 2009 passou a ser questionada.
O PIB da principal economia europeia -e a quarta maior do mundo- se retraiu em 5%, indicando que ela ficou estagnada no quarto trimestre do ano passado, após seis meses seguidos de crescimento. O IBGE local só divulgou o resultado anual, mas os próprios membros do governo de Angela Merkel disseram que a economia não deve ter crescido nos últimos três meses de 2009.
O resultado foi uma decepção para a expectativa de que uma recuperação robusta da Alemanha pudesse reanimar o restante da economia europeia e deve aumentar as pressões para que o governo e o Banco Central Europeu (BCE) adotem novas medidas para estimular o crescimento.
"Não é o começo do fim da recuperação, mas a retomada certamente está perdendo força", disse Stefan Bielmeier, economista do Deutsche Bank.
Analistas não esperam que o BCE corte mais os juros (atualmente em 1% ao ano, a menor taxa histórica), mas dizem que os dados fracos da região podem fazer com que a taxa só seja elevada a partir de 2011.
Já o governo alemão, pelo menos por enquanto, descarta um terceiro plano de estímulo à economia, optando pelos cortes de impostos. "Eles são um modo de aliviar os cidadãos", disse o ministro da Economia, Rainer Bruederle. "Nós queremos dar à população mais renda disponível para que ela possa aumentar a demanda onde achar melhor, queremos dar às pessoas a chance da escolha."
Segundo especialistas, o fim do plano de incentivo à troca de carros na Alemanha e nos países vizinhos (que estava impulsionando as vendas da Volks e de outras montadoras alemãs) e o menor investimento das empresas para recompor os estoques parecem ter sido os principais fatores para o fraco resultado do quarto trimestre.
A economia alemã saiu da recessão do segundo trimestre do ano passado e se expandiu em 0,7% entre julho e setembro, uma das taxas de crescimento mais fortes entre os países desenvolvidos -os EUA, por exemplo, tiveram avanço de 0,6%, e o Japão, de 0,3%.
Os principais fatores para a queda de 5% no PIB anual da Alemanha foram a forte retração das exportações e a queda acentuada nos investimentos da indústria. As exportações registraram queda de 14,7% e fizeram com que o país perdesse para a China o título de maior exportador global. Os investimentos da indústria se retraíram em 20%, contribuindo para a maior queda do PIB em mais de 60 anos.
Desde a reunificação, o pior resultado ocorreu em 1993, com contração de 0,8%. Levando em conta apenas os dados estatísticos da Alemanha Ocidental, a maior queda, de 0,9%, aconteceu em 1975.

Em 2010, até 2%
Apesar do resultado inesperado no quarto trimestre, analistas esperam que a economia alemã cresça até 2% neste ano.
Esse resultado, porém, depende em grande parte da demanda externa, especialmente da China e de outros mercados emergentes, já que a indústria automotiva e de máquinas da Alemanha tem no exterior um importante mercado.
A Comissão Europeia, o braço executivo da UE, estima crescimento de 1,2% para o PIB alemão neste ano.

Com agências internacionais e "Financial Times"



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