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PIB alemão cai 5%, a maior retração desde a 2ª Guerra
Dado indica que maior economia europeia ficou estagnada no 4º tri, após 6 meses de alta
Analistas ainda apostam que a economia vai crescer até 2% neste ano, mas afirmam que resultado depende de demanda global
DA REDAÇÃO
A Alemanha não só terminou
o ano passado com a maior retração econômica desde o fim
da Segunda Guerra Mundial
como também a recuperação
que ela começou a mostrar em
meados de 2009 passou a ser
questionada.
O PIB da principal economia
europeia -e a quarta maior do
mundo- se retraiu em 5%, indicando que ela ficou estagnada
no quarto trimestre do ano passado, após seis meses seguidos
de crescimento. O IBGE local
só divulgou o resultado anual,
mas os próprios membros do
governo de Angela Merkel disseram que a economia não deve
ter crescido nos últimos três
meses de 2009.
O resultado foi uma decepção para a expectativa de que
uma recuperação robusta da
Alemanha pudesse reanimar o
restante da economia europeia
e deve aumentar as pressões
para que o governo e o Banco
Central Europeu (BCE) adotem novas medidas para estimular o crescimento.
"Não é o começo do fim da recuperação, mas a retomada
certamente está perdendo força", disse Stefan Bielmeier,
economista do Deutsche Bank.
Analistas não esperam que o
BCE corte mais os juros (atualmente em 1% ao ano, a menor
taxa histórica), mas dizem que
os dados fracos da região podem fazer com que a taxa só seja elevada a partir de 2011.
Já o governo alemão, pelo
menos por enquanto, descarta
um terceiro plano de estímulo à
economia, optando pelos cortes de impostos. "Eles são um
modo de aliviar os cidadãos",
disse o ministro da Economia,
Rainer Bruederle. "Nós queremos dar à população mais renda disponível para que ela possa aumentar a demanda onde
achar melhor, queremos dar às
pessoas a chance da escolha."
Segundo especialistas, o fim
do plano de incentivo à troca de
carros na Alemanha e nos países vizinhos (que estava impulsionando as vendas da Volks e
de outras montadoras alemãs)
e o menor investimento das
empresas para recompor os estoques parecem ter sido os
principais fatores para o fraco
resultado do quarto trimestre.
A economia alemã saiu da recessão do segundo trimestre do
ano passado e se expandiu em
0,7% entre julho e setembro,
uma das taxas de crescimento
mais fortes entre os países desenvolvidos -os EUA, por
exemplo, tiveram avanço de
0,6%, e o Japão, de 0,3%.
Os principais fatores para a
queda de 5% no PIB anual da
Alemanha foram a forte retração das exportações e a queda
acentuada nos investimentos
da indústria. As exportações registraram queda de 14,7% e fizeram com que o país perdesse
para a China o título de maior
exportador global. Os investimentos da indústria se retraíram em 20%, contribuindo para a maior queda do PIB em
mais de 60 anos.
Desde a reunificação, o pior
resultado ocorreu em 1993,
com contração de 0,8%. Levando em conta apenas os dados
estatísticos da Alemanha Ocidental, a maior queda, de 0,9%,
aconteceu em 1975.
Em 2010, até 2%
Apesar do resultado inesperado no quarto trimestre, analistas esperam que a economia
alemã cresça até 2% neste ano.
Esse resultado, porém, depende em grande parte da demanda externa, especialmente
da China e de outros mercados
emergentes, já que a indústria
automotiva e de máquinas da
Alemanha tem no exterior um
importante mercado.
A Comissão Europeia, o braço executivo da UE, estima
crescimento de 1,2% para o PIB
alemão neste ano.
Com agências internacionais e "Financial Times"
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