São Paulo, quinta, 14 de janeiro de 1999

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Montadora poderá demitir 700 em SP

da Reportagem Local

A Ford anunciou ontem que tem um excedente de 650 a 700 trabalhadores na fábrica de caminhões localizada em São Paulo, no bairro do Ipiranga, que emprega cerca de 1.800 pessoas.
Em reunião ontem com representantes dos trabalhadores, a empresa afirmou que não pode permanecer com o excedente e deu prazo de uma semana para que o sindicato apresente uma proposta para evitar demissões.
No entanto, segundo Carlos Andreu Ortiz, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, a Ford já adiantou que redução de jornada de trabalho com corte de salários, a exemplo do acordo da Volkswagen, não é uma solução.
Os trabalhadores da Ford fazem assembléia hoje pela manhã para discutir alternativas aos cortes.
Em 95, diante de uma crise semelhante, o sindicato e a montadora negociaram uma saída para evitar a demissão de 500 funcionários, que ficou conhecida como bolsão.
Eles foram afastados por quatro meses, com redução gradual dos salários no período, para depois ser reintegrados.
De acordo com Ortiz, a Ford pode estar tentando, desta vez, adotar a suspensão temporária do contrato de trabalho.
A mesma proposta foi apresentada pela empresa para 500 trabalhadores da fábrica de motores e transmissões de Taubaté.
O sindicato local recusou a proposta e quer evitar as demissões com a redução de jornada de trabalho e de salários.
Uma reunião entre as partes marcada para hoje foi cancelada.
Com o anúncio de excedente de funcionários em São Paulo feito ontem, a montadora está afirmando ter quase 4.000 empregados a mais do que sua atual necessidade de produção nas três unidades industriais, que empregavam até o final do ano passado aproximadamente 9.500 trabalhadores.
Na fábrica de São Bernardo, no ABC paulista, a empresa demitiu 2.800 metalúrgicos. (ME)


Colaborou a Folha Vale



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