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Montadora poderá demitir 700 em SP
da Reportagem Local
A Ford anunciou ontem que tem
um excedente de 650 a 700 trabalhadores na fábrica de caminhões
localizada em São Paulo, no bairro
do Ipiranga, que emprega cerca de
1.800 pessoas.
Em reunião ontem com representantes dos trabalhadores, a empresa afirmou que não pode permanecer com o excedente e deu
prazo de uma semana para que o
sindicato apresente uma proposta
para evitar demissões.
No entanto, segundo Carlos Andreu Ortiz, diretor do Sindicato
dos Metalúrgicos de São Paulo, a
Ford já adiantou que redução de
jornada de trabalho com corte de
salários, a exemplo do acordo da
Volkswagen, não é uma solução.
Os trabalhadores da Ford fazem
assembléia hoje pela manhã para
discutir alternativas aos cortes.
Em 95, diante de uma crise semelhante, o sindicato e a montadora
negociaram uma saída para evitar
a demissão de 500 funcionários,
que ficou conhecida como bolsão.
Eles foram afastados por quatro
meses, com redução gradual dos
salários no período, para depois
ser reintegrados.
De acordo com Ortiz, a Ford pode estar tentando, desta vez, adotar
a suspensão temporária do contrato de trabalho.
A mesma proposta foi apresentada pela empresa para 500 trabalhadores da fábrica de motores e
transmissões de Taubaté.
O sindicato local recusou a proposta e quer evitar as demissões
com a redução de jornada de trabalho e de salários.
Uma reunião entre as partes
marcada para hoje foi cancelada.
Com o anúncio de excedente de
funcionários em São Paulo feito
ontem, a montadora está afirmando ter quase 4.000 empregados a
mais do que sua atual necessidade
de produção nas três unidades industriais, que empregavam até o final do ano passado aproximadamente 9.500 trabalhadores.
Na fábrica de São Bernardo, no
ABC paulista, a empresa demitiu
2.800 metalúrgicos.
(ME)
Colaborou a
Folha Vale
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