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TRABALHO
Nível de emprego cai 7,75%
Indústria corta 130 mil vagas em 98
da Reportagem Local
A indústria do Estado de São
Paulo fechou 133.330 postos de
trabalho no ano passado. Só no
mês de dezembro foram reduzidos
18.626 postos de trabalho, uma variação de -1,12% em relação a novembro.
Esse resultado surpreendeu até
mesmo a Fiesp, que esperava, para
dezembro, um desempenho semelhante ao de novembro, quando a
queda do nível de emprego na indústria paulista foi de 0,71% (ou
menos 11.913 postos de trabalho).
A avaliação foi feita, ontem, pela
diretora do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos da
Fiesp, Clarice Seibel. Segundo a
economista, a hipótese mais pessimista se aproximava de 1% de queda no número de postos de trabalho em relação a novembro.
Clarice ressaltou que 1998 acumulou a maior redução percentual
do nível de emprego do Real. Houve uma redução de 7,75% de postos de trabalho em 98 em relação a
97. Em números absolutos, entretanto, o pior ano foi 1995, quando a
redução foi de 149.305 postos.
O problema é que a base de comparação é bem menor em 98 do
que era em 96, disse Clarice. "Pode-se concluir que a redução tenha
peso maior agora", avaliou.
Desde o início do Real foram cortados 506.821 postos de trabalho. A
variação percentual é de -23,27%
entre junho de 1994 -mês que serve de base para a pesquisa da
Fiesp- e dezembro de 98.
Se a comparação for feita entre os
meses de dezembro de cada um
dos anos do Real, a situação do último ano também se mostra grave.
A segunda pior marca aconteceu
em dezembro de 97, quando a variação foi de -1,06% e a melhor foi
em dezembro de 96, com -0,41%.
Em 98, o resultado de dezembro só
foi superado pelo de janeiro, quando foram cortados 27.856 postos.
Tradicionalmente o primeiro trimestre do ano é mais fraco para a
indústria. Com os resultados do
último trimestre de 98 pouco animadores, tudo indica que a queda
no nível de emprego da indústria
paulista será ainda mais acentuada
no começo deste ano.
Atividade
O nível de atividade da indústria
também caiu. Na medição mais recente, divulgada ontem pela Fiesp,
a queda foi de 3,4% em novembro
em relação a outubro.
Entre janeiro e novembro de 98,
a atividade caiu 1,6%, se comparada com igual período de 97. Relativamente a novembro de 97, o indicador dessazonalizado registrou
elevação de 0,8%.
Houve um aumento das vendas
reais, que, segundo a Fiesp, "reflete
a superação parcial do clima de
forte incerteza que caracterizou o
mês de outubro devido à ameaça
iminente de crise cambial". Segundo a economista Clarice Seibel, a
alta das vendas representou muito
mais a desova de estoques da indústria do que propriamente a retomada do nível de atividade.
Na realidade, diz ela, o aumento
das vendas não foi suficiente para
evitar nova queda da atividade industrial.
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