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CREDORES
Fundo Monetário Internacional foi informado pelo
governo brasileiro sobre as mudanças cambiais promovidas no Real
FMI apóia medidas em nota oficial
MARCELO DIEGO
de Nova York
O FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgou uma nota oficial, ontem à noite, apoiando as
medidas adotadas pelo Brasil.
Segundo o diretor-gerente do
Fundo, Michel Camdessus, o organismo havia sido informado pelas
autoridades brasileiras sobre a
mudança cambial no Real.
A nota reafirmou a confiança da
direção do Fundo no cumprimento das medidas do programa fiscal
brasileiro. "As autoridades brasileiras reafirmaram a forte determinação de colocar em prática, com a
cooperação do Congresso e no menor tempo possível, o programa de
ajuste fiscal anunciado em novembro de 1998", afirmou Camdessus.
Para Camdessus, o FMI estará
analisando e discutindo nos próximos dias as implicações dos novos
rumos da política econômica brasileira. Ontem, a reunião da direção do Fundo passou o dia discutindo a situação brasileira.
A direção é formada por 24
membros, que representam os 182
países membros do Fundo.
Durante as discussões, a direção
do FMI manteve contato com o
presidente dos Estados Unidos,
Bill Clinton, e com lideranças do
G-7 (Grupo dos Sete, que reúne as
economias mais fortes do mundo),
reunidas na Alemanha.
Apoio
A direção do Fundo vinha
apoiando publicamente a política
cambial brasileira. Em dezembro,
por exemplo, o vice-diretor-gerente do FMI, Stanley Fischer, negou
qualquer estímulo à desvalorização. Ele disse, na ocasião, que o
Brasil tinha reservas cambiais suficientes para manter sua moeda.
O FMI liberou em dezembro a
primeira parcela (US$ 5,3 bilhões)
do pacote de ajuda ao Brasil.
Na aprovação da parcela, o Fundo também havia declarado, por
meio de uma nota oficial, apoio à
desvalorização gradual do Real,
pelo sistema das intrabandas.
O pacote total é de US$ 41,5 bilhões. Ontem, havia rumores circulando no mercado de que o dinheiro não seria suficiente.
A ajuda é uma composição de recursos do FMI, do Bird (Banco
Mundial), do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e
do BIS (Banco para Compensações
Internacionais).
O BID e o Bird entram com US$
4,5 bilhões cada. O BIS colocará
US$ 14,5 bilhões. Essa linha adicional estará disponível nos próximos
12 meses.
A segunda parcela, de US$ 4,5 bilhões, estará disponível no mês
que vem, condicionada ao cumprimento das metas estabelecidas pelo governo brasileiro no programa
fiscal (apresentado e endossado
pelo Fundo).
Outras duas parcelas serão disponibilizadas em 31 de maio (US$
1,8 bilhão) e 31 de agosto (mesmo
valor). O restante será entregue depois de 1999.
O Fundo pode colocar todas as
parcelas em disponibilidade do governo brasileiro com um mês de
antecedência. Toda a entrega de
dinheiro estará condicionada ao
cumprimento das metas por parte
do governo brasileiro.
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