São Paulo, quinta, 14 de janeiro de 1999

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FIF e poupança são os mais indicados

da Redação

Quem tem dinheiro na poupança não deve se assustar com essa mudança na política cambial e correr ao banco para retirar o dinheiro.
As cadernetas vão continuar rendendo TR mais 0,5%, como até agora, e daqui para a frente até mais, porque os juros subiram.
Essa elevação de juros vai se refletir na poupança porque os CDBs prefixados constituem a base de cálculo da TR, após a aplicação de um redutor que está neste mês em 1,45%.
A poupança do último dia 11 já estava pagando 1,3974%, contra 1,2390% no dia 4, "aniversário" com os mesmos 23 dias úteis. Vai render mais, pelo menos nesse primeiro momento da nova política cambial.
A partir do dia 24, entra em vigor o IOF de 0,38% para substituir provisoriamente a ausência da CPMF, o imposto do cheque. O IOF vai pegar todas as aplicações, exceto a caderneta de poupança.

Fundos
Os chamados fundos tipicamente DI, de 30 ou 60 dias, já eram e agora são ainda mais as aplicações recomendadas para esse momento de turbulência. As taxas acompanham as oscilações praticamente diárias dos juros no mercado.
De uns tempos para cá, como os próprios títulos do governo têm sido remunerados pelos juros diários do overnight (taxa Selic), praticamente todos os fundos (DI ou renda fixa tradicional) rendem pelas taxas acumuladas diariamente.
Mas podem existir fundos que fizeram operações de "swap" (troca) ou futuro para prefixado no mercado de derivativos. Aí o efeito é o mesmo de fundos que compraram CDBs prefixados, por exemplo.
Cotistas de fundos que eventualmente tenham esse perfil deverão se assustar novamente agora com eventual ajuste, para baixo, do valor da cota. Deve ficar claro, entretanto, que isso é uma medida técnica que não significa prejuízo para o investidor.
Só há prejuízo se o investidor se assusta e resolve sacar o dinheiro de forma precipitada, antes do "aniversário". Normalmente já perderia os juros do período, que só são pagos na data de "aniversário". Com ajuste de cota, pode ter a infelicidade de pegar na saída uma cota de valor mais baixo.
O ajuste é feito para que o fundo passe a render mais, pelo novo patamar dos juros.
A avaliação do mercado é que ajustes de cota para baixo no momento atual será menos intensa do que antes. Na crise asiática, em 97, cerca de 70% dos fundos tiveram de fazer esse tipo de ajuste. Em 98, na crise russa, já foram uns 30%. O número deve ser menor agora.



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