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BC permite que
empresa pague
dívida em reais
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para tentar conter a alta do
dólar, o Banco Central desistiu
de introduzir modificações nas
regras dos leilões feitos pelo
próprio BC com o objetivo de
aumentar o crédito disponível
para empresas exportadoras. A
decisão deve impedir que US$
1,48 bilhão deixe de circular no
mercado de câmbio.
Em agosto do ano passado o
BC passou a fazer leilões de dólares para financiar os exportadores, que encontravam dificuldades para ter acesso a crédito no mercado internacional.
Para poder vender no exterior,
as empresas precisam de recursos para financiar, entre outras
coisas, o transporte e a comercialização dos produtos.
O mecanismo era relativamente simples: o BC vendia os
dólares para os bancos, que,
por sua vez, os repassavam para as empresas. Dentro de um
prazo de até 180 dias, ocorria o
caminho inverso: as empresas
devolviam os dólares para os
bancos, que entregavam ao BC
o equivalente, em reais, aos dólares adquiridos inicialmente.
Em novembro passado
-ainda durante a gestão de
Armínio Fraga no BC-, o diretor de Política Monetária,
Luiz Fernando Figueiredo, havia anunciado a intenção de
promover uma mudança na última etapa desse processo.
Pouco antes do vencimento, o
BC compraria os dólares dos
bancos, permitindo, na prática,
que as linhas de crédito para
exportação pudessem ser quitadas com a moeda norte-americana.
Na ocasião, Figueiredo dizia
estar atendendo a pedidos dos
bancos, que temiam não conseguir vender seus dólares no
mercado para poder ter reais
suficientes para pagar o BC no
vencimento da operação.
A preocupação dos bancos
trazia implícita a expectativa de
que o fluxo de dólares para o
país no início deste ano estivesse melhor, o que faria com que
os vencimentos das linhas de
crédito para exportação tivessem pouco impacto na taxa de
câmbio.
Ontem, Figueiredo afirmou
que, "até segunda ordem", o
Banco Central não irá permitir
que os bancos quitem, em dólares, essas obrigações. Os pagamentos terão mesmo que ser
feitos em reais.
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