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São Paulo, sexta-feira, 14 de fevereiro de 2003

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BC permite que empresa pague dívida em reais

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Para tentar conter a alta do dólar, o Banco Central desistiu de introduzir modificações nas regras dos leilões feitos pelo próprio BC com o objetivo de aumentar o crédito disponível para empresas exportadoras. A decisão deve impedir que US$ 1,48 bilhão deixe de circular no mercado de câmbio.
Em agosto do ano passado o BC passou a fazer leilões de dólares para financiar os exportadores, que encontravam dificuldades para ter acesso a crédito no mercado internacional. Para poder vender no exterior, as empresas precisam de recursos para financiar, entre outras coisas, o transporte e a comercialização dos produtos.
O mecanismo era relativamente simples: o BC vendia os dólares para os bancos, que, por sua vez, os repassavam para as empresas. Dentro de um prazo de até 180 dias, ocorria o caminho inverso: as empresas devolviam os dólares para os bancos, que entregavam ao BC o equivalente, em reais, aos dólares adquiridos inicialmente.
Em novembro passado -ainda durante a gestão de Armínio Fraga no BC-, o diretor de Política Monetária, Luiz Fernando Figueiredo, havia anunciado a intenção de promover uma mudança na última etapa desse processo. Pouco antes do vencimento, o BC compraria os dólares dos bancos, permitindo, na prática, que as linhas de crédito para exportação pudessem ser quitadas com a moeda norte-americana.
Na ocasião, Figueiredo dizia estar atendendo a pedidos dos bancos, que temiam não conseguir vender seus dólares no mercado para poder ter reais suficientes para pagar o BC no vencimento da operação.
A preocupação dos bancos trazia implícita a expectativa de que o fluxo de dólares para o país no início deste ano estivesse melhor, o que faria com que os vencimentos das linhas de crédito para exportação tivessem pouco impacto na taxa de câmbio.
Ontem, Figueiredo afirmou que, "até segunda ordem", o Banco Central não irá permitir que os bancos quitem, em dólares, essas obrigações. Os pagamentos terão mesmo que ser feitos em reais.


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