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ESPETÁCULO?
Só locais com indústria voltada para agricultura ou para exportação registraram melhora na comparação com 2002
Produção industrial cresce em metade das regiões em 2003
DA SUCURSAL DO RIO
No ano passado, a indústria só
teve um bom desempenho nos locais onde é voltada para as exportações ou produz insumos para
agricultura. Nas áreas onde se
concentram fábricas destinadas a
abastecer o mercado interno, os
resultados foram ruins.
Segundo o IBGE, a produção da
indústria cresceu, em 2003, em 6
das 12 regiões pesquisadas na
comparação com 2002. A maior
expansão ocorreu no Espírito
Santo (11,6%), cuja indústria foi
impulsionada por petróleo e exportações de produtos siderúrgicos e celulose.
A maior queda foi verificada em
Santa Catarina (2,5%), onde o setor é prioritariamente voltado para o mercado doméstico.
No Estado, caiu a produção de
bens cujo comportamento está ligado ao rendimento do trabalhador. São alguns exemplos: alimentos, produtos têxteis, vestuário e matérias plásticas.
A renda teve retração de 12,9%
de janeiro a março de 2003 (período para o qual o IBGE tem dados
disponíveis) em relação ao mesmo período de 2002.
Para André Macedo, economista do IBGE, essa é a tônica em todas as outras áreas: só cresceu
quem conseguiu uma saída para
as exportações ou forneceu para a
agricultura.
É o caso do Paraná, onde o crescimento foi de 3% em 2003, e do
Rio Grande do Sul (3,8%). Nas
duas áreas, lideraram a expansão
as indústrias de fertilizantes e de
máquinas e equipamentos agrícolas.
"Todos os ramos que dependem da massa de salários, que está deprimida há bastante tempo,
tiveram um desempenho negativo", disse Macedo.
Em São Paulo, onde a indústria
é também voltada ao mercado interno, o crescimento foi de 0,6%
em 2003. A taxa ficou acima da
média nacional -alta de 0,3% em
2003. É que a indústria paulista
também foi beneficiada pela agricultura -subiu, no ano passado,
a produção de motores, tratores e
colheitadeiras.
Na indústria de São Paulo, os ramos que puxaram para baixo
também foram os que dependem
de renda para alavancar a produção: vestuário, alimentos e farmacêutica.
Dezembro
Apesar do resultado negativo no
ano, houve uma melhora nos dados de dezembro: 8 das 12 áreas
pesquisadas aumentaram a produção na comparação com igual
mês do ano anterior. Em novembro, apenas cinco áreas haviam
registrado expansão.
Em São Paulo, a expansão foi de
2,8%, confirmando a recuperação
da indústria no Estado iniciada
em agosto. Sustentaram o resultado os ramos de material elétrico e
de comunicações e a indústria automobilística. Tal desempenho
indica que o aumento do crédito,
propiciado pela redução dos juros, já mostra efeitos positivos na
produção de bens duráveis.
O destaque positivo foi o Rio
Grande do Sul, onde houve uma
alta de 10,2% ante dezembro de
2002. O pior desempenho foi o da
Bahia, com queda de 11,7%.
Agroindústria
A agroindústria fechou o ano
passado com um crescimento de
1,6%. O resultado é considerado
positivo diante da quase estagnação da indústria geral, cuja expansão foi de apenas 0,3% no período. A agroindústria inclui produtos derivados da agropecuária
(como suco de laranja) e produtos industriais utilizados pela
agropecuária, como máquinas,
fertilizantes e rações.
O desempenho foi puxado principalmente pelo segmento de máquinas e equipamentos. Favorecido pelo dólar estável e por financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), tal segmento
obteve um crescimento de 24,4%
no ano passado.
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