São Paulo, domingo, 14 de fevereiro de 2010

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Indústria precisa formar 3 milhões ao ano até 2014

Leticia Moreira/ Folha Imagem
Centro de Apoio ao Trabalhador na região da Luz, em São Paulo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Estudos realizados pela indústria apontam para um aumento do desequilíbrio entre oferta e procura por mão de obra qualificada até 2014, exigindo a formação profissional de cerca de 3 milhões de trabalhadores por ano para atender a demanda do setor.
Segundo o gerente do Observatório Ocupacional do Senai, Márcio Guerra, desde o ano passado o descompasso vem sendo provocado pela nova onda de investimentos na economia, pelo crescimento acelerado do emprego, pela exigência de maior qualificação devido aos avanços tecnológicos e ainda por conta do baixo nível da qualidade de ensino no Brasil.
"Para resolver o problema, é necessário haver articulação e antecipação", afirma Guerra. Segundo ele, as projeções da indústria sinalizam que as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste deverão apresentar crescimento da busca por trabalhadores acima da média.
"Os Estados dessas regiões deverão demandar mais mão de obra qualificada, não só por conta do maior volume mas também pela diversificação das atividades", completou.
No setor da construção civil, sondagem realizada pela Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) e pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) em dezembro do ano passado mostra que o segundo maior problema enfrentado pelos empresários em 2009 foi a falta de trabalhador qualificado. O principal entrave foi a elevada carga tributária.
"Vamos sentir mais ainda nos próximos anos. Isso não é problema só para este ano, porque a formação leva tempo. Quanto mais qualificado precisa ser o trabalhador, maior é a dificuldade para encontrá-lo", disse o presidente da Cbic, Paulo Safady. "O que nos preocupa muito é que nunca mais na vida teremos o volume de mão de obra na construção civil como houve no passado."
No Distrito Federal, os atuais 80 mil trabalhadores do setor da construção civil já não são suficientes para atender as necessidades da região.
"Brasília virou o maior canteiro de obras do Brasil. As empresas começaram a trazer trabalhadores do Maranhão, do Piauí e de Goiás que já atuam no setor", afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brasília, Edgar de Paula Viana.


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