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PAC é maior plano que país já teve, diz Lula
Presidente diz ainda que recursos destinados ao programa não serão poupados para fazer superávit primário
Petista diz que economia brasileira vive "momento mágico" e que planos anteriores não usaram reduzir pobreza no país
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
RUBENS VALENTE
ENVIADO A SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, em
São Paulo, que não deixará que
os recursos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a construção
civil, cerca de R$ 106 bilhões
em quatro anos, "engordem o
superávit primário".
"Não ficaremos com o dinheiro parado em caixa esperando engordar o superávit primário. O dinheiro está disponibilizado para os Estados e municípios", disse Lula, na abertura da Feira Internacional da Indústria da Construção (Feicon), no pavilhão do Anhembi.
Ele alertou que os governadores ou prefeitos que reivindicarem uma determinada quantia e não apresentarem projeto
concluído, como a recuperação
de favelas, perderão os recursos. "É pão pão, queijo queijo."
"Se, até a data marcada, não
tiverem um projeto executivo
pronto para licitar e começar a
obra, iremos transferir o dinheiro a outro projeto, a outro
Estado, outra cidade."
No evento, o presidente da
Abramat (Associação Brasileira
das Indústrias de Materiais de
Construção), Melvyn Fox, cobrou publicamente do presidente a redução da taxa de juros como um instrumento para
garantir o sucesso das medidas
do PAC.
Lula afirmou que as críticas e
cobranças são bem-vindas, pois
é uma "luz amarela, que faz
com que a gente nunca se esqueça de dar o próximo passo,
de subir o próximo degrau, apesar de todos os que já subiu".
Ao explicar que a queda da
taxa de juros virá, mas de maneira natural, não mágica, Lula
criticou antecessores.
"Quando o Brasil era governado por pessoas que achavam
que, só porque foram eleitas
presidente ou ministro, não
precisavam ouvir mais ninguém, que tudo seria feito apenas pelo instinto dos tecnocratas, o país não deu certo", afirmou Lula, que completou "não
haverá mágica na economia,
sempre que alguém tentou inventar a mágica, o resultado
não deu certo".
Afirmou que está feliz, que o
país vive um "momento mágico" em sua macroeconomia.
"Sem decreto, sem lei, sem mágica, os juros continuarão caindo e o câmbio se valorizando."
Mais tarde, em São José dos
Campos (SP), Lula disse que o
PAC é "o mais importante"
projeto de desenvolvimento "já
feito" no país.
"Nós começamos o segundo
mandato superando a idéia do
crescimento econômico. O
PAC é o mais importante projeto de desenvolvimento já feito
neste país. Não tenho medo de
dizer que é o mais importante,
com cabeça, tronco e membro.
Nós sabemos o que queremos,
quando começar, quanto investir em cada área."
O presidente visitou ontem o
laboratório do Inpe (Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais) onde foi finalizado o terceiro satélite em uma parceria
tecnológica iniciada em 1988
entre Brasil e China.
Em seu discurso, Lula disse
que os planos de crescimento
feitos pelos seus antecessortes
não levaram em conta a redução da pobreza e da desigualdade social. "Eu penso que o Brasil, durante períodos extraordinários, nós tivemos momentos
excepcionais de crescimento
na economia brasileira. Por
exemplo, no governo JK, a economia teve crescimento médio
de 7% ao ano, a inflação era de
23% e o salário mínimo não
cresceu. No milagre brasileiro
de 1968 a 1973, a economia brasileira em 73 chegou a crescer
14% ao ano, entretanto o salário mínimo decresceu 3,4%",
afirmou o presidente.
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