|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Licitação para usinas do rio Madeira deve sair em julho
Falta licença ambiental, que devia ter saído em fevereiro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As hidrelétricas do rio Madeira (RO), principais projetos
de aumento de oferta de energia do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), ainda
estão sem licença ambiental. A
expectativa do governo era obter as licenças até fevereiro e licitar no primeiro trimestre.
Agora, o governo não fala
mais em datas para a emissão
das licenças, mas o objetivo
passou a ser licitar em julho,
para que a energia comece a ser
gerada em 2012. O governo pretende licitar duas usinas no rio
Madeira: Jirau (3.300 MW,
megawatts) e Santo Antônio
(3.150 MW).
Pelas regras do novo modelo
do setor elétrico, as usinas só
são licitadas quando já têm licença prévia concedida pelo órgão ambiental. No caso das hidrelétricas do rio Madeira, caso
as licenças não saiam a tempo,
o governo terá que optar por
outras fontes de energia para
suprir a demanda. Essas fontes
deverão ser mais caras e mais
poluentes.
"Nós estamos aguardando. A
expectativa é que a licença seja
concedida porque os projetos
são importantes para o país",
disse o presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética,
estatal que planeja o setor),
Maurício Tolmasquim.
O governo conta com a energia das usinas do rio Madeira a
partir de maio de 2012. Para
que isso aconteça, seria preciso
fazer o leilão até julho. As licenças ambientais têm que ser
emitidas com alguma antecedência em relação ao leilão, para dar tempo para que os potenciais investidores se preparem
e façam consórcios para disputar as usinas.
"Se as usinas atrasarem muito, vai ter que entrar outra fonte no lugar", disse Tolmasquim.
"Tem muito projeto, não vai
faltar alternativa. Mas são mais
poluentes e mais caras", afirmou. O presidente da EPE citou como exemplo a possibilidade de gerar energia termelétrica com carvão para substituir a das hidrelétricas do rio
Madeira. "O carvão importado
está com um preço atrativo."
Segundo Tolmasquim, não
há data limite para que as licenças sejam emitidas, mas é preciso que elas saiam o quanto
antes, para dar segurança aos
investidores.
Além das usinas do rio Madeira, outras obras do PAC na
área de geração enfrentam problemas ambientais e políticos.
A hidrelétrica de Belo Monte,
no rio Xingu (Pará), com capacidade para gerar 5.681 MW,
também está com problemas
ambientais e com o processo de
licenciamento paralisado por
decisão judicial.
(HUMBERTO MEDINA)
Texto Anterior: Aquisições e fusões sobem 237% no ano passado Próximo Texto: Energia: Gabrielli diz que terá paciência com Bolívia Índice
|