São Paulo, quarta-feira, 14 de março de 2007

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Viacom processa YouTube e quer US$ 1 bi

Empresa afirma que 150 mil vídeos pertencentes a ela foram colocados no site sem autorização e vistos mais de 1,5 bilhão de vezes

Em nota, Google diz não estar preocupado e que confia em que o YouTube, de sua propriedade, tenha respeitado direitos autorais


Divulgação
Protagonista do desenho "Bob Esponja", que está no YouTube


DA REDAÇÃO

No primeiro grande ataque ao YouTube, a Viacom entrou ontem com uma ação na Justiça dos Estados Unidos em que pede uma indenização de mais de US$ 1 bilhão pela veiculação de vídeos de sua propriedade no site pertencente ao Google.
Dona de canais de TV como MTV e Nickelodeon e do estúdio de cinema Paramount, a Viacom afirma no processo que o "desprezo descarado" pelos direitos autorais por parte do site adquirido pelo Google por US$ 1,65 bilhão em outubro de 2006 "ameaça um dos mais importantes setores" da economia dos EUA.
A Viacom disse ter encontrado 150 mil vídeos no YouTube de programas como "Bob Esponja" e "The Daily Show with Jon Stewart" e que eles foram vistos 1,5 bilhão de vezes. E, de acordo com a empresa, esses clipes são "apenas uma pequena fração" do material de sua propriedade que é veiculado no popular site de vídeos.
Em nota, o Google disse não estar preocupado com o processo e que está "confiante" em que o YouTube tenha respeitado os direitos legais dos proprietários de direitos autorais.
O uso sem autorização de vídeos é considerado um dos grandes riscos do YouTube. Desde a compra pelo Google, vários especialistas disseram que estúdios de TV e gravadoras processariam o site pela veiculação de clipes protegidos por direito autoral.
À época da aquisição, chegou a ser comentado que uma parte do US$ 1,65 bilhão ficaria em um fundo, por um determinado tempo, para que fosse usado em caso de processos judiciais.

Segunda medida
Essa é a segunda medida da Viacom contra o YouTube. No início de fevereiro, ela pediu que o site retirasse 100 mil vídeos do ar -o que foi feito. A ação foi tomada depois que as duas empresas não chegaram, após meses de negociação, a um acordo sobre a divulgação do material. Duas semanas depois, a proprietária da MTV fez uma parceria com o Joost, a TV on-line criada pelos fundadores do Skype.
A Viacom reclama de que o site do Google não toma nenhuma precaução, como filtros, a fim de impedir a veiculação de material não autorizado porque "lucra diretamente" com a presença de clipes populares.
O dinheiro do YouTube vem da publicidade que é veiculada no site, porém (com exceção das parceiras feitas com empresas como NBC e BBC) ele não é dividido com os donos dos direitos autorais. Assim, a Viacom não recebe um centavo por um clipe seu que é colocado no ar sem a sua autorização.


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