São Paulo, quarta-feira, 14 de março de 2007

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Fatia da Gol no mercado doméstico sobe para 40%

Aérea pode bater TAM neste ano, dizem analistas

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Gol, que em janeiro deste ano havia aumentado sua fatia nos vôos domésticos para 38,4%, voltou a crescer e chegou a 40% do mercado no mês passado. Apenas sete pontos percentuais separam agora a aérea da líder de mercado, a TAM, que em fevereiro manteve sua participação de 47% nos vôos dentro do Brasil.
Em 2006, no mesmo mês, Gol e TAM tinham, respectivamente, 28,7% e 44,4% dos vôos domésticos. Com o rápido crescimento da Gol, analistas especializados avaliam que, se esse ritmo for mantido, a empresa poderá ultrapassar a TAM em participação de mercado no segundo semestre deste ano.
"A Gol continua realizando acertos estratégicos", avalia Paulo Bittencourt Sampaio, consultor especializado em aviação. "Ela ganhou mercado das pequenas companhias. A pergunta é: por que a TAM não ganhou também?", indaga Mel Marques Fernandes, analista do setor da Brascan Corretora.
A BRA e a OceanAir, que tinham em janeiro, respectivamente, 4,1% e 2,6% dos vôos no país, caíram para 2,9% e 2%.
A Gol atribui seu crescimento ao forte aumento de oferta no mês passado: 50% a mais em relação ao mesmo período do ano passado (a média de alta do mercado foi de 13,7%).
"Vamos aumentar a frota para 80 aviões neste ano [hoje são 66]. Acreditamos que o mercado vai continuar aquecido: a avaliação é que está se consolidando", disse o vice-presidente de marketing e serviços da companhia, Tarcisio Gargioni.
Para analistas, a imagem da TAM vem sofrendo desgaste, nos últimos meses, por conta da crise no Natal passado. Isso teria permitido uma aproximação maior da vice-líder. Outros argumentam que a Gol elevou sua oferta de forma concentrada: apenas no último trimestre do ano passado, incorporou 11 novos aviões à frota.
Procurada pela reportagem, a TAM afirmou que não faz especulações sobre sua participação de mercado em relação a outras companhias aéreas.
O cenário é de disputa tarifária. "Será o ano do passageiro. As taxas de ocupação [de assentos] caíram, e a oferta está bem maior do que a demanda. Vai começar o movimento de queda de tarifas para atrair passageiros", analisa Sampaio.


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