São Paulo, sábado, 14 de março de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Funcionários fazem presidente da Sony francesa de refém

Empregados de fábrica que será fechada afirmam estar insatisfeitos com os benefícios oferecidos pela empresa

No ano passado, houve pelo menos dois casos similares na França, um em uma fábrica de autopeças e outro em uma indústria de sorvete

DA REDAÇÃO

O presidente-executivo da Sony na França, Serge Foucher, foi mantido refém por várias horas por funcionários insatisfeitos com os benefícios oferecidos pela empresa japonesa para cerca de 300 trabalhadores demitidos.
Foucher e o diretor de recursos humanos, Roland Bentz, foram fazer uma visita final anteontem aos funcionários da fábrica em Pontonx-sur-l'Adour (no sudoeste francês), que será fechada em abril, e dezenas de trabalhadores impediram a saída deles do local, fazendo uma barricada na entrada do estabelecimento com troncos de árvore. Eles só foram liberados depois que concordaram em renegociar o acordo com os trabalhadores demitidos.
Por volta das 10h de ontem (horário local), os dois executivos deixaram a fábrica em um ônibus e foram levados para uma cidade vizinha para negociar com os funcionários. "Estou feliz por estar livre e ver a luz do dia de novo", disse Foucher antes de entrar no veículo.
Os trabalhadores afirmam que outros funcionários da Sony que serão demitidos receberão mais benefícios do que eles. Segundo Patrick Achaguer, membro da CGT, a principal entidade sindical francesa, os funcionários querem treinamento para ajudá-los a encontrar um novo trabalho e ajuda financeira se precisarem mudar de cidade para exercer a nova função. "Todos seremos demitidos. Queremos ser tratados de maneira digna."
"Eu nunca vou encontrar trabalho na minha área aqui perto", disse Thierry Dussarat, que trabalhava havia 22 anos na fábrica, inaugurada em 1984. "Só grandes companhias contratam esse tipo de pessoal, e, nessa região, elas são raras."
O fechamento da fábrica francesa faz parte dos planos da Sony anunciados em dezembro que preveem o corte de 8.000 vagas no mundo todo, ou cerca de 4% da sua força de trabalho.
Não é o primeiro caso recente na França em que funcionários mantêm diretores reféns. No ano passado, um executivo de uma fábrica de autopeças foi mantido em seu escritório por 48 horas. Também em 2008, a polícia invadiu uma fábrica de sorvetes para liberar um gerente que foi feito refém por funcionários insatisfeitos com as demissões.

Com agências internacionais


Texto Anterior: EUA têm menor déficit comercial em seis anos
Próximo Texto: Preso, Madoff "troca" cobertura de US$ 7 milhões por cela de 6 m2
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.