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Preso, Madoff "troca" cobertura de US$ 7 milhões por cela de 6 m2
Autor de fraudes de até US$ 65 bi deve esperar sentença dormindo em beliche
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
No Centro de Correções de
Manhattan, em Nova York, ele
é o prisioneiro nº 61.727-054.
Um dia após confessar uma das
maiores fraudes financeiras da
história, o ex-investidor Bernard Madoff, 70, acordou em
uma cela de menos de 6 m2,
com chão de linóleo e paredes
de grossos blocos de cimento.
Madoff deve dormir lá, sobre
uma beliche, até que sua pena
seja estabelecida, em audiência
no dia 16 de junho.
Símbolo da "ambição desmesurada" de Wall Street -que,
para muitos, é a responsável
pela crise econômica global-,
Madoff deve trocar o brunch
dominical por mingau de aveia
servido às 6h30. No almoço e
no jantar, o cardápio costuma
ter galinha assada e espaguete à
bolonhesa, respectivamente.
No lugar do golfe, o ex-investidor pode passar o tempo assistindo à TV na área de convivência, lendo na biblioteca da prisão ou jogando pingue-pongue.
O centro em que Madoff está
abriga vários tipos de criminosos, e alguns dos famosos que
passaram por lá recentemente
são o terrorista Omar Abdel-Rahman e o financista fraudulento Raffaello Follieri.
Na última quinta, perante o
tribunal, Madoff se declarou
culpado em 11 acusações de
fraude, lavagem de dinheiro e
roubo e confirmou ter elaborado um esquema de pirâmide,
hoje estimado em até US$ 65
bilhões, que causou perdas a
quase 5.000 clientes. Na fraude, o dinheiro de novos investidores era usado para pagar aos
mais antigos -os ganhos prometidos não existiam, de fato.
O financista estava em prisão
domiciliar, em sua cobertura
de US$ 7 milhões na ilha, desde
11 de dezembro. A punição máxima para cada um dos crimes
admitidos soma 150 anos.
Fiança
Ontem, seus advogados entraram com um pedido na Justiça para que o financista permaneça em liberdade até que a
sentença seja proferida. Segundo os advogados, Madoff colaborou com a Justiça desde sua
prisão e não tem nenhuma intenção de fugir. O tribunal marcou audiência para o dia 19.
A lei americana exige que réu
confesso aguarde a sentença na
prisão, salvo em casos de provas claras de que não haja risco
de fuga, disse o ex-promotor federal George Jackson. Na quinta, o juiz do caso avaliou temer
que Madoff fugisse.
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