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Cidades do Rio querem impedir votação de royalties no Senado
Prefeituras planejam entrar com mandado de segurança no STF
DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
Os municípios fluminenses
que recebem royalties do petróleo da bacia de Campos planejam entrar com um mandado de segurança no Supremo
Tribunal Federal para impedir
a votação no Senado da chamada emenda Ibsen, que inclui os
recursos dos campos já em produção no novo sistema de partilha elaborado para o pré-sal.
Os prefeitos temem que a
emenda seja aprovada pelo Senado e que o veto ao projeto, já
prometido pelo presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, seja
derrubado na Câmara.
Se isso acontecer, o Estado
do Rio e os municípios perderiam grande parte de sua receita com royalties e participações
especiais -no ano passado, foram R$ 7,5 bilhões.
"Acho que a tendência do Senado é votar como a Câmara. O
veto [de Lula] não garante, porque eles [na Câmara] têm dois
terços, vão tombar o veto", afirmou a ex-governadora Rosinha
Matheus (PR), prefeita de
Campos e presidente da Ompetro (Organização dos Municípios Produtores de Petróleo).
A redistribuição dos royalties
já é alvo de um mandado de segurança movido pelo deputado
federal Geraldo Pudim (PR-RJ), que aponta inconstitucionalidade no projeto.
O novo mandado tentará impedir a votação com base em
dois "vícios de origem" da
emenda. Para Rosinha, a sessão
foi aberta com número insuficiente de assinaturas e o prazo
para votação não foi respeitado.
Em evento ontem contra a
emenda Ibsen promovido pelo
governador Sérgio Cabral
(PMDB), no Palácio Guanabara, a ex-governadora disse que
o senador Marcelo Crivella
(PRB) foi sondado para ser o
autor da ação, que tem que ser
impetrada por um senador. Ele
analisa a questão.
Foram convidados para o
evento os prefeitos dos 92 municípios fluminenses e representantes de Legislativo, Judiciário, entidades de classe e sociedade civil. O auditório ficou
lotado e muitos não entraram.
O governador reiterou a convocação para passeata na próxima quarta, no centro da capital
fluminense, para mostrar que
"o Rio não vai aceitar essa covardia". Para atrair os servidores, ele decretou ponto facultativo a partir de 15h de quarta.
Cabral criticou a cobertura
da "imprensa paulista". "A cobertura de ontem [anteontem]
foi desrespeitosa. Procurei na
Folha e achei só uma notinha
[...] Não trataríamos São Paulo
dessa maneira."
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