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Brasil já é nono detentor de título dos EUA
Em um ano, país eleva em 80% compra de papéis do Tesouro americano usado para compor reservas internacionais
Retorno baixo, risco cambial e mudanças internacionais reabrem debate sobre tamanho ideal e mix das reservas do país
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil ascendeu ao grupo
dos países que mais detêm títulos do governo norte-americano, papéis de risco zero de inadimplência mas de baixo rendimento. No caso brasileiro, sujeito ainda à desvalorização do
dólar em relação ao real.
Balanço do Tesouro dos EUA
mostra o Brasil como o nono
país que mais mantêm esses
papéis, atrás apenas de Japão,
China, Coréia do Sul e Taiwan
-que desde a crise asiática conservam altas reservas internacionais-, além de paraísos fiscais e do Reino Unido, parceiro
do sistema bancário norte-americano.
Em um ano, o Brasil aumentou em 80% seu patrimônio em
títulos do Tesouro dos EUA.
Em janeiro deste ano, o país
mantinha US$ 53,7 bilhões
nesses papéis -59% do total de
US$ 91,08 bilhões das reservas
internacionais do BC à época.
No final de janeiro de 2006, o
país ainda figurava com US$
30,1 bilhões em títulos dos EUA
(reservas totais de US$ 56,9 bilhões), atrás de Alemanha,
França e Suíça, países com
imensa poupança e que são
obrigados a manter parte do dinheiro aplicado em papéis de
risco zero.
O Banco Central reconhece
praticamente a totalidade desses papéis como pertencentes
às reservas internacionais brasileiras. Afirma que vem comprando sistematicamente esses
títulos como forma de aplicar
os dólares adquiridos no mercado de câmbio.
As compras ajudam o câmbio
do real a permanecer acima de
R$ 2,00 -no ano passado, o BC
comprou US$ 37 bilhões. Neste
ano já são US$ 22 bilhões.
As reservas internacionais
funcionam como uma espécie
de garantia para o pagamento
do vencimento de dívidas do
Brasil em moeda estrangeira,
mas o alto custo de manter este
dinheiro praticamente parado
no exterior divide as opiniões
do mercado financeiro e é motivo de debate no BC (leia texto
na pág. B4).
Segundo o BC, a carteira das
reservas tenta espelhar a variedade da dívida. Ou seja, procuram ter o mesmo volume em
dólares, euros e ienes devidos.
Com os novos títulos, o equilíbrio foi rompido.
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