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Banco Mundial divulga relatório do caso Wolfowitz
As 109 páginas complicam ainda mais sua situação
DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
O Banco Mundial revelou publicamente ontem dois relatórios com um total de 109 páginas contando todos os detalhes
do "caso número 2", que pode
derrubar o presidente da instituição, Paul Wolfowitz, por ter
favorecido financeiramente
sua namorada e ex-funcionária
do banco.
O relatório (disponível no site www.worldbank.org, na seção de "press releases") deixa
claro que Wolfowitz agiu sem
consultar o comitê de ética do
banco ao aumentar de US$ 136
mil para US$ 180 mil o salário
de Shaha Riza -transferida do
banco para o Departamento de
Estado depois que ele assumiu
o comando do órgão, em 2005.
A transferência, para cumprir as regras do banco sobre
casais em posições de chefia e
subordinação, foi acompanhada pelo comitê de ética - do
qual fazia parte, na época, o
brasileiro Otaviano Canuto.
Mas os termos das compensações dadas a Riza para deixar
o banco foram discutidos apenas entre Wolfowitz e um escritório de advocacia privado.
Quando tomou a decisão de
aumentar o salário de Riza e
dar a ela reajustes anuais próximos a 8%, Wolfowitz remeteu
uma carta ao departamento de
recursos humanos do Banco
Mundial, sem discutir seus termos com outras áreas.
Ontem, o comitê-executivo
do Banco Mundial divulgou nota dizendo que deveria tomar
"em breve" decisão sobre a permanência, punição ou eventual
demissão de Wolfowitz, que assumiu o banco com a bandeira
de "combate à corrupção".
Na única aparição pública de
Wolfowitz na reunião conjunta
do banco e do FMI, na quinta,
ele teve de responder a sete
perguntas sobre o assunto. Disse que havia cometido "um erro" e pediu desculpas. Depois,
chegou a ser vaiado por funcionários no saguão principal da
instituição. A associação de
empregados já pediu formalmente a demissão de Wolfowitz, um dos principais arquitetos da invasão do Iraque
quando era o número do departamento da Defesa. Já a Casa
Branca afirmou que o apoia
"completamente".
(FERNANDO CANZIAN)
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