São Paulo, sábado, 14 de abril de 2007

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Banco Mundial divulga relatório do caso Wolfowitz

As 109 páginas complicam ainda mais sua situação

DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

O Banco Mundial revelou publicamente ontem dois relatórios com um total de 109 páginas contando todos os detalhes do "caso número 2", que pode derrubar o presidente da instituição, Paul Wolfowitz, por ter favorecido financeiramente sua namorada e ex-funcionária do banco.
O relatório (disponível no site www.worldbank.org, na seção de "press releases") deixa claro que Wolfowitz agiu sem consultar o comitê de ética do banco ao aumentar de US$ 136 mil para US$ 180 mil o salário de Shaha Riza -transferida do banco para o Departamento de Estado depois que ele assumiu o comando do órgão, em 2005.
A transferência, para cumprir as regras do banco sobre casais em posições de chefia e subordinação, foi acompanhada pelo comitê de ética - do qual fazia parte, na época, o brasileiro Otaviano Canuto.
Mas os termos das compensações dadas a Riza para deixar o banco foram discutidos apenas entre Wolfowitz e um escritório de advocacia privado.
Quando tomou a decisão de aumentar o salário de Riza e dar a ela reajustes anuais próximos a 8%, Wolfowitz remeteu uma carta ao departamento de recursos humanos do Banco Mundial, sem discutir seus termos com outras áreas.
Ontem, o comitê-executivo do Banco Mundial divulgou nota dizendo que deveria tomar "em breve" decisão sobre a permanência, punição ou eventual demissão de Wolfowitz, que assumiu o banco com a bandeira de "combate à corrupção".
Na única aparição pública de Wolfowitz na reunião conjunta do banco e do FMI, na quinta, ele teve de responder a sete perguntas sobre o assunto. Disse que havia cometido "um erro" e pediu desculpas. Depois, chegou a ser vaiado por funcionários no saguão principal da instituição. A associação de empregados já pediu formalmente a demissão de Wolfowitz, um dos principais arquitetos da invasão do Iraque quando era o número do departamento da Defesa. Já a Casa Branca afirmou que o apoia "completamente".
(FERNANDO CANZIAN)


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