São Paulo, sábado, 14 de abril de 2007

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Países em desenvolvimento cobram EUA

Grupo de ministros quer que o FMI dê mais ênfase na exigência de ajuste nas economias mais avançadas, como a americana

G7 pede que a taxa de câmbio da China reflita "fundamentos econômicos" do país e coloca Rodada Doha como "imperativa"


DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

Os ministros do G24, grupo de países em desenvolvimento do qual o Brasil participa, cobraram ontem do FMI mais ênfase na exigência de um ajuste nas economias mais avançadas, especialmente em relação aos Estados Unidos.
Com seus dois gigantescos déficits comercial e em conta corrente, os EUA são hoje largamente financiados pelo dinheiro de países emergentes, que financiam o rombo norte-americano comprando títulos de seu Tesouro.
Há vários anos o FMI vem alertando os EUA sobre o risco de um desequilíbrio global caso os países em desenvolvimento e outros "desembarquem" desse financiamento, obrigando os EUA a subir seus juros para atrair dinheiro de fora-o que esfriaria a economia mundial.
Os EUA são a maior economia do mundo e respondem por 20% das importações mundiais. Uma crise no país teria fortes impactos em todo o mundo, que hoje atravessa seu melhor momento econômico em mais de 30 anos.
Em seu comunicado conjunto divulgado ontem, o G24 também cobrou maior velocidade nas reformas do Fundo, que se arrastam há vários semestres.
O principal ponto de interesse dos emergentes refere-se à mudança no sistema de cotas do FMI, que pode aumentar o poder de voto das economias menores.

G7
Já o comunicado do G7 (EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Canadá e Itália) prometeu atacar os desequilíbrios globais e fez uma cobrança direta à China, para que o país tenha uma taxa de câmbio que "reflita os fundamentos econômicos".
Os países mais ricos do mundo também afirmaram que a conclusão da atual rodada de negociações na OMC (Organização Mundial do Comércio) tornou-se "imperativa" e reafirmaram o "compromisso" de atingir um consenso.
China e OMC são assuntos recorrentes nos comunicados do G7, mas nada de prático vem acontecendo nas duas áreas há várias reuniões do FMI, quando os ministros dos países se encontram. O G7 também se comprometeu a levar adiante o processo de reformas do FMI.
(FERNANDO CANZIAN)


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