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Países em desenvolvimento cobram EUA
Grupo de ministros quer que o FMI dê mais ênfase na exigência de ajuste nas economias mais avançadas, como a americana
G7 pede que a taxa de câmbio da China reflita "fundamentos econômicos"
do país e coloca Rodada Doha como "imperativa"
DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
Os ministros do G24, grupo
de países em desenvolvimento
do qual o Brasil participa, cobraram ontem do FMI mais ênfase na exigência de um ajuste
nas economias mais avançadas,
especialmente em relação aos
Estados Unidos.
Com seus dois gigantescos
déficits comercial e em conta
corrente, os EUA são hoje largamente financiados pelo dinheiro de países emergentes,
que financiam o rombo norte-americano comprando títulos
de seu Tesouro.
Há vários anos o FMI vem
alertando os EUA sobre o risco
de um desequilíbrio global caso
os países em desenvolvimento
e outros "desembarquem" desse
financiamento, obrigando os
EUA a subir seus juros para
atrair dinheiro de fora-o que
esfriaria a economia mundial.
Os EUA são a maior economia do mundo e respondem
por 20% das importações mundiais. Uma crise no país teria
fortes impactos em todo o
mundo, que hoje atravessa seu
melhor momento econômico
em mais de 30 anos.
Em seu comunicado conjunto divulgado ontem, o G24 também cobrou maior velocidade
nas reformas do Fundo, que se
arrastam há vários semestres.
O principal ponto de interesse dos emergentes refere-se à
mudança no sistema de cotas
do FMI, que pode aumentar o
poder de voto das economias
menores.
G7
Já o comunicado do G7
(EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Canadá e Itália) prometeu atacar os desequilíbrios globais e fez uma cobrança direta à China, para que
o país tenha uma taxa de câmbio que "reflita os fundamentos
econômicos".
Os países mais ricos do mundo também afirmaram que a
conclusão da atual rodada de
negociações na OMC (Organização Mundial do Comércio)
tornou-se "imperativa" e reafirmaram o "compromisso" de
atingir um consenso.
China e OMC são assuntos
recorrentes nos comunicados
do G7, mas nada de prático vem
acontecendo nas duas áreas há
várias reuniões do FMI, quando os ministros dos países se
encontram. O G7 também se
comprometeu a levar adiante o
processo de reformas do FMI.
(FERNANDO CANZIAN)
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