São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 2008

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Escalada de gastos com pessoal é impulsionada pelo Executivo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Embora os Poderes Legislativo e Judiciário ainda respondam pelos maiores salários do serviço público, o Executivo é o principal responsável pela escalada dos gastos com pessoal iniciada no final do primeiro mandato de Lula.
Na Câmara, no Senado e no Tribunal de Contas da União, o gasto médio por funcionário em atividade chega a R$ 11 mil; nos tribunais, são R$ 12,6 mil. Na comparação, os servidores dos ministérios, das autarquias e fundações parecem primos pobres, com média de R$ 5.406.
Pertencem ao Executivo, no entanto, 93% dos ativos, inativos e pensionistas cujos salários e benefícios são contabilizados nas despesas com pessoal da União. Não por acaso, os reajustes mais generosos sempre são autorizados nos outros Poderes, enquanto as categorias mais numerosas, como os professores e funcionários técnicos das universidades, têm seus pleitos avaliados com rigor muito maior.
Lula herdou do tucano Fernando Henrique Cardoso um quadro de 1,8 milhão de servidores, resultado de um processo lento de enxugamento da máquina iniciado no início da década de 90 -como o funcionalismo tem estabilidade no emprego, o número só cai quando a quantidade dos que ingressam por concurso é inferior à dos que morrem ou deixam o serviço público.
A administração petista, que tem nos sindicatos de servidores uma de suas principais bases políticas, reverteu a trajetória de redução do quadro, hoje de 2,1 milhões de ativos, inativos e pensionistas. Mas foi a rodada geral de reajustes e novos planos de carreira, no ano eleitoral de 2006, que fez os gastos com pessoal passarem a crescer acima da economia do país. Até 2005, quando a prioridade da área econômica era tranqüilizar os mercados e aprofundar o ajuste fiscal, os aumentos foram concedidos a conta-gotas, com índices modestos.


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