São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 2008

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Copom e inflação nos EUA agitam semana

Investidor também aguarda resultados corporativos

DA REPORTAGEM LOCAL

A semana promete ser agitada no mercado financeiro. Não faltarão dados e eventos econômicos para investidores e analistas avaliarem, tanto aqui como no exterior.
A quarta-feira tende a ser o dia mais agitado. As opiniões divididas em relação ao futuro da taxa básica da economia brasileira, a Selic, tem feito desta reunião do Copom (Comitê de Política Monetária, formado por diretores e o presidente do Banco Central) um evento bastante aguardado.
O Copom se reúne amanhã e quarta-feira para definir como fica a taxa Selic, que está em 11,25%. Uma parcela maior do mercado conta com elevação de 0,25 ponto percentual na Selic. Mas há outros que esperam que os juros subam 0,50 ponto, além dos que falam em manutenção da taxa.
Na semana passada, a divulgação do resultado do IPCA (índice de inflação utilizado para monitorar a meta do governo) de março, que ficou em 0,48%, acima das expectativas, elevou as apostas em uma alta da taxa Selic.
O desempenho da inflação será o tema de maior apelo nos Estados Unidos na semana. Amanhã, sairá o PPI (índice de preços ao produtor americano) de março. Na quarta, é a vez de ser conhecido o CPI (índice de preços ao consumidor norte-americano).
O mercado também vai se deparar com a divulgação do livro bege -compilação de dados econômicos feita pelo banco central dos EUA. O documento, que traz uma ampla leitura da situação econômica do país, tem grande relevância para os analistas, especialmente neste momento de muitas dúvidas que rondam a economia dos Estados Unidos.
"Para a semana, novos indicadores de atividade e inflação vão ser divulgados nos EUA, além do livro bege na quarta. Por aqui, os mercados deverão aguardar com atenção a divulgação da decisão do Banco Central da tão esperada taxa de juros na quarta-feira", afirma a corretora Coinvalores.
Para completar a agenda, estão programadas as divulgações de outros dados relevantes e aguardados, como a produção industrial norte-americana e a utilização da capacidade instalada, o número de solicitações de empréstimos imobiliários e o volume de construção de casas novas.
"A semana contará ainda com a divulgação de balanços corporativos nos EUA referentes ao primeiro trimestre. A temporada de divulgação de balanços poderá repercutir negativamente nos mercados acionários, caso os resultados venham abaixo do esperado pelos analistas. Destaque para os resultados de empresas como Intel, IBM, Xerox, JPMorgan Chase, Merrill Lynch e Citigroup", afirma Elson Teles, economista-chefe da corretora Concórdia.
Para o mercado brasileiro, a semana deve trazer muita oscilação. A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), além de sofrer influência dos rumos do mercado acionário internacional, pode reagir negativamente se o Copom optar por elevar a taxa Selic em 0,50 ponto, para 11,75% anuais.
A elevação dos juros aumenta a atratividade das aplicações de renda fixa e pode fazer com que investidores decidam por vender ações e migrar para esses investimentos.
"A divulgação do IPCA de março bem acima das expectativas de mercado, em um momento em que o Banco Central vem defendendo uma posição preventiva na condução da política monetária, torna praticamente inevitável uma alta de juros em abril", avalia a economista-chefe do Banco Fibra, Maristela Ansanelli.


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