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Empresas retomam abertura de capital
Em meio à crise financeira, Hypermarcas e Le Lis Blanc estréiam as ofertas públicas iniciais de ações de 2008 da Bovespa
Amanhã, termina o prazo
para a reserva dos papéis da
Hypermarcas, que espera
levantar R$ 1,2 bi; estréia
está marcada para sexta
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bovespa mal entrou no
azul no mês e duas aberturas de
capital foram desengavetadas.
Após quase cinco meses de jejum, o mercado acionário testa
nesta semana o apetite dos investidores, sobretudo os estrangeiros, nos IPOs (oferta
pública inicial) da Hypermarcas, empresa que reúne marcas
populares de consumo, como
Assolan e Gelol, e da rede feminina de lojas Le Lis Blanc.
Amanhã, termina o prazo para a reserva das ações da
Hypermarcas, que estréia na
Bolsa na sexta-feira. Será o primeiro IPO de fato deste ano,
em que só foi a mercado a Nutriplant, empresa de fertilizantes e adubos, que levantou R$
20 milhões no Bovespa Mais,
espécie de "mercado de acesso"
da Bolsa paulista aberto só a investidores institucionais.
Segundo analistas, do sucesso na abertura de capital da
Hypermarcas depende a capitalização de todas as demais
empresas que deram entrada
na CVM (Comissão de Valores
Mobiliários) a seu processo de
IPO. No meio da crise, 12 empresas -entre elas, Local e
Droga Raia- desistiram de fazer um IPO.
A Hypermarcas é totalmente
voltada ao mercado interno,
pouco afetado por uma eventual desaceleração na economia mundial. A empresa atua
nos setores de alimentos, artigos para limpeza, produtos de
beleza e higiene pessoal, além
de medicamentos sem prescrição médica -itens de consumo
beneficiados pelo aumento de
emprego e renda, inclusive das
classes C e D.
Além de Assolan e Gelol, a
Hypermarcas tem licenciado
produtos que investem em propaganda há décadas e têm entrada garantida nas casas brasileiras: os adoçantes dietéticos
Adocyl, Finn, Zero Cal, os enlatados Etti, as balas Supra Sumo,
o desodorante Avanço, o filtro
solar Cenoura & Bronze, o
xampu Denorex, os produtos
de beleza Monange, Rastro,
Très de Marchand, e os medicamentos Apracur, Atroveran,
Benegrip, Biotônico Fontoura,
Doril, Engov, Epocler, Escabin,
Estomazil, Lactopurga, Melhoral e Merthiolate.
A Hypermarcas espera levantar até R$ 1,2 bilhão na Bolsa. Segundo o prospecto, o dinheiro vai para a compra de novas empresas e marcas, além do
lançamento de produtos e campanhas de marketing.
Moda
Já Le Lis Blanc atua num segmento de classe média alta.
Também voltada ao consumo, a
rede marcou para o próximo
dia 25 a estréia de suas ações no
Novo Mercado. O período de
reserva vai de hoje até o dia 22.
O IPO foi anunciado uma semana após o estilista Alexandre
Herchcovitch ter anunciado
sua saída do grupo I"M, recebido como um "balde de água
fria" na ambição de profissionalização do setor de moda.
Controlada pelo fundo Artesia, formado por integrantes do
antigo banco Garantia, a rede
espera levantar R$ 350 milhões
para elevar de 11 para 19 o número de lojas próprias, que,
após a capitalização, terão formato de megastore. O fundo
não descarta fazer aquisições
de outras lojas.
"A operação testa o apetite
para o setor de moda. Todos
aguardam esse IPO, que será o
primeiro do ramo. A Le Lis
Blanc se preparou para ir a
mercado, tem um mix de produto que vai desde esporte até
moda festa e muito potencial
para crescer. Tem uma proposta parecida com a da H&M, a
maior concorrente da Zara, que
foca em design e setores-chave
e terceiriza o restante", disse
Fabiana Fakhoury, da Alvarez
Consultoria.
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