São Paulo, terça-feira, 14 de abril de 2009

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Novo presidente do BB promete decisões técnicas sobre juros

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Numa tentativa de tranquilizar o mercado financeiro, o novo presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, disse ontem que o BB continuará tendo como objetivo praticar juros cada vez menores nos seus empréstimos, mas que isso não significa que o banco vá abrir mão de sua lucratividade.
Na quarta-feira passada, as ações do BB caíram 8,15% na Bovespa depois que o nome de Bendine foi anunciado para substituir o atual presidente do banco, Antonio de Lima Neto. A troca foi vista por investidores como uma interferência do governo, que estaria insatisfeito com a demora do BB em reduzir suas taxas para estimular a economia e amenizar a crise.
Oficialmente, Bendine, que já era vice-presidente do banco, só toma posse no novo cargo na semana que vem -até lá, Lima Neto continua na presidência. Ontem, porém, ele já participou de uma teleconferência com analistas do mercado financeiro falando como principal executivo do BB.
"Vamos buscar ter taxas [de juros] competitivas, até porque a gente quer ter uma atuação bastante agressiva neste ano de 2009, mas dentro de um parâmetro bastante técnico. Essa taxa não é decidida sozinha aqui pelo presidente [do banco]", afirmou Bendine.
Questionado sobre como essa maior agressividade se refletiria nas operações do BB, o executivo respondeu que será feito um esforço para acelerar a concessão de empréstimos em mercados tidos por lucrativos.
"Vamos adotar uma posição mais agressiva na expansão do crédito, no lançamento de novas modalidades [de financiamento], que é o que se espera de uma instituição financeira competitiva. Quando eu falo em atuação mais agressiva, estou falando em alavancar nosso crédito, mas com a responsabilidade tradicional no banco."
Em vários momentos da conversa, Bendine repetiu que a lucratividade do BB e os interesses dos acionistas não serão afetados. Tesouro Nacional, BNDES e Previ (fundo de pensão dos funcionários do BB) possuem, juntos, cerca de 85% das ações do BB.
O executivo também comentou o conteúdo do chamado contrato de gestão, que deve ser celebrado entre a administração do BB e o governo. O documento seria uma espécie de garantia de que o banco buscaria atingir metas estabelecidas pelo Ministério da Fazenda.
"Eu assumi perante o ministro da Fazenda, que é o representante do nosso controlador, uma política mais agressiva para o ano no destravamento do crédito e assumi com ele o compromisso de manter essas taxas competitivas para que a gente possa, cada vez mais, ocupar espaços no mercado", afirmou.
Também presente à teleconferência, Lima Neto apenas agradeceu aos funcionários do BB pelo trabalho durante sua gestão e listou ações como a associação do banco Votorantim e a aquisição da Nossa Caixa como exemplos de negócios bem-sucedidos sob seu comando.


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