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Novo presidente do BB promete decisões técnicas sobre juros
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Numa tentativa de tranquilizar o mercado financeiro, o novo presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, disse ontem que o BB continuará tendo
como objetivo praticar juros
cada vez menores nos seus empréstimos, mas que isso não
significa que o banco vá abrir
mão de sua lucratividade.
Na quarta-feira passada, as
ações do BB caíram 8,15% na
Bovespa depois que o nome de
Bendine foi anunciado para
substituir o atual presidente do
banco, Antonio de Lima Neto.
A troca foi vista por investidores como uma interferência do
governo, que estaria insatisfeito com a demora do BB em reduzir suas taxas para estimular
a economia e amenizar a crise.
Oficialmente, Bendine, que
já era vice-presidente do banco,
só toma posse no novo cargo na
semana que vem -até lá, Lima
Neto continua na presidência.
Ontem, porém, ele já participou de uma teleconferência
com analistas do mercado financeiro falando como principal executivo do BB.
"Vamos buscar ter taxas [de
juros] competitivas, até porque
a gente quer ter uma atuação
bastante agressiva neste ano de
2009, mas dentro de um parâmetro bastante técnico. Essa
taxa não é decidida sozinha
aqui pelo presidente [do banco]", afirmou Bendine.
Questionado sobre como essa maior agressividade se refletiria nas operações do BB, o
executivo respondeu que será
feito um esforço para acelerar a
concessão de empréstimos em
mercados tidos por lucrativos.
"Vamos adotar uma posição
mais agressiva na expansão do
crédito, no lançamento de novas modalidades [de financiamento], que é o que se espera
de uma instituição financeira
competitiva. Quando eu falo
em atuação mais agressiva, estou falando em alavancar nosso
crédito, mas com a responsabilidade tradicional no banco."
Em vários momentos da conversa, Bendine repetiu que a lucratividade do BB e os interesses dos acionistas não serão
afetados. Tesouro Nacional,
BNDES e Previ (fundo de pensão dos funcionários do BB)
possuem, juntos, cerca de 85%
das ações do BB.
O executivo também comentou o conteúdo do chamado
contrato de gestão, que deve ser
celebrado entre a administração do BB e o governo. O documento seria uma espécie de garantia de que o banco buscaria
atingir metas estabelecidas pelo Ministério da Fazenda.
"Eu assumi perante o ministro da Fazenda, que é o representante do nosso controlador,
uma política mais agressiva para o ano no destravamento do
crédito e assumi com ele o compromisso de manter essas taxas
competitivas para que a gente
possa, cada vez mais, ocupar espaços no mercado", afirmou.
Também presente à teleconferência, Lima Neto apenas
agradeceu aos funcionários do
BB pelo trabalho durante sua
gestão e listou ações como a associação do banco Votorantim
e a aquisição da Nossa Caixa como exemplos de negócios bem-sucedidos sob seu comando.
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