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Justiça do Trabalho proíbe Bunge de praticar jornada exaustiva em Minas
PABLO SOLANO
DA AGÊNCIA FOLHA
A Justiça do Trabalho de Minas Gerais proibiu a primeira
usina de álcool da Bunge no
mundo, em Santa Juliana
(MG), de submeter trabalhadores a jornadas exaustivas e de
reter carteiras de trabalho além
do prazo de 48 horas.
A Bunge -líder brasileira em
exportações do agronegócio- é
dona desde 2007 da usina Santa Juliana, que fica na cidade do
mesmo nome, a 449 km de BH.
No total, o juiz Edmar Salgado expediu 25 determinações à
empresa com base em ação civil
pública do MPT (Ministério
Público do Trabalho).
O procurador do Trabalho
Rafael Gomes diz que a Bunge
não melhorou as condições de
trabalho quando assumiu o
controle da Santa Juliana, em
2007. O diretor corporativo de
comunicação da Bunge no Brasil, Adalgiso Telles, contesta
(leia texto a lado).
Segundo o MPT, cartões de
ponto entregues em junho de
2008 pela Santa Juliana mostravam que trabalhadores continuaram sendo submetidos a
jornadas de trabalho de mais de
dez horas diárias.
A usina também desconsiderava nos pagamentos as horas
gastas pelos trabalhadores no
itinerário entre a cidade e a área
rural, segundo o procurador.
Segundo o MPT, cortadores
de cana foram mantidos em cidades próximas sem apoio para
estadia e alimentação enquanto
aguardavam convocação para a
lavoura.
No período de inatividade, de
acordo com o procurador, eles
ficaram com a carteira de trabalho retida e, com isso, foram impedidos de trabalhar para outras empresas.
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