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São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 2003

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CÂMBIO

Moeda vai a R$ 2,89 em dia de pouca liquidez, e mercado dissemina rumor de que banco teria atuado em nome do Tesouro

Dólar sobe 0,94% com operação do BB

GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL

Operações com dólares feitas ontem pelo Banco do Brasil fizeram a moeda norte-americana interromper a sequência de cinco quedas consecutivas e fechar em alta de 0,94%, cotada a R$ 2,892.
No mercado internacional, o otimismo dos investidores com os países emergentes fez o risco-país do Brasil fechar em baixa de 1,3%, aos 707 pontos, menor valor desde março do ano passado. Durante a manhã, o indicador atingiu 697 pontos, mas à tarde a tendência de queda diminuiu.
De acordo com operadores, o Banco do Brasil teria comprado US$ 120 milhões no mercado à vista, o que afetou diretamente a cotação devido ao baixo volume de negócios.
O BB não confirma nem nega a operação. O banco atua regularmente no mercado cambial como qualquer entidade financeira -não necessariamente para intervir no câmbio.
Apesar disso, disseminou-se o rumor de que ele teria atuado em nome do Tesouro para evitar uma queda maior na cotação do dólar.
"Possível é, mas não acho provável. Essa ação contraria todas as declarações feitas nos últimos tempos pelo PT", disse Miriam Tavares, diretora de câmbio da corretora AGK.
"Ninguém sabe identificar quem seria o cliente por trás da compra. Talvez fosse realmente o Tesouro, mas não há como saber", afirma Hélio Osaki, da corretora Finambras.
Apesar da alta de ontem, os analistas acreditam que a cotação do dólar ainda possa cair. Uma das demonstrações de que a expectativa ainda é uma ligeira baixa são os contratos de dólar futuro na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
Segundo operadores, a posição de "vendidos" (que se beneficiam com a queda do dólar) ainda prevalece sobre a de "comprados" (que apostam na valorização), mas a diferença atual entre os dois é muito menor do que a observada no mês de abril.
"As negociações do dólar futuro mostram que os bancos mantêm o viés de baixa, mas sem a agressividade de antes", disse Osaki. "E o fluxo de captações, aliado à atratividade dos títulos brasileiros no exterior, faz com que não haja motivos para acreditar que o dólar irá subir de forma acentuada."
A emissão de US$ 150 milhões em títulos no exterior, concluída ontem pelo Itaú, colaborou para manter um clima de otimismo. O prazo da operação é de 18 meses.
Também circulou ontem a informação, não confirmada, de que a Petrobras teria fechado uma operação de US$ 550 milhões com prazo de 12 anos.


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