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CÂMBIO
Moeda vai a R$ 2,89 em dia de pouca liquidez, e mercado dissemina rumor de que banco teria atuado em nome do Tesouro
Dólar sobe 0,94% com operação do BB
GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL
Operações com dólares feitas
ontem pelo Banco do Brasil fizeram a moeda norte-americana interromper a sequência de cinco
quedas consecutivas e fechar em
alta de 0,94%, cotada a R$ 2,892.
No mercado internacional, o
otimismo dos investidores com
os países emergentes fez o risco-país do Brasil fechar em baixa de
1,3%, aos 707 pontos, menor valor
desde março do ano passado. Durante a manhã, o indicador atingiu 697 pontos, mas à tarde a tendência de queda diminuiu.
De acordo com operadores, o
Banco do Brasil teria comprado
US$ 120 milhões no mercado à
vista, o que afetou diretamente a
cotação devido ao baixo volume
de negócios.
O BB não confirma nem nega a
operação. O banco atua regularmente no mercado cambial como
qualquer entidade financeira
-não necessariamente para intervir no câmbio.
Apesar disso, disseminou-se o
rumor de que ele teria atuado em
nome do Tesouro para evitar uma
queda maior na cotação do dólar.
"Possível é, mas não acho provável. Essa ação contraria todas as
declarações feitas nos últimos
tempos pelo PT", disse Miriam
Tavares, diretora de câmbio da
corretora AGK.
"Ninguém sabe identificar
quem seria o cliente por trás da
compra. Talvez fosse realmente o
Tesouro, mas não há como saber", afirma Hélio Osaki, da corretora Finambras.
Apesar da alta de ontem, os analistas acreditam que a cotação do
dólar ainda possa cair. Uma das
demonstrações de que a expectativa ainda é uma ligeira baixa são
os contratos de dólar futuro na
BM&F (Bolsa de Mercadorias &
Futuros).
Segundo operadores, a posição
de "vendidos" (que se beneficiam
com a queda do dólar) ainda prevalece sobre a de "comprados"
(que apostam na valorização),
mas a diferença atual entre os dois
é muito menor do que a observada no mês de abril.
"As negociações do dólar futuro
mostram que os bancos mantêm
o viés de baixa, mas sem a agressividade de antes", disse Osaki. "E o
fluxo de captações, aliado à atratividade dos títulos brasileiros no
exterior, faz com que não haja
motivos para acreditar que o dólar irá subir de forma acentuada."
A emissão de US$ 150 milhões
em títulos no exterior, concluída
ontem pelo Itaú, colaborou para
manter um clima de otimismo. O
prazo da operação é de 18 meses.
Também circulou ontem a informação, não confirmada, de
que a Petrobras teria fechado uma
operação de US$ 550 milhões
com prazo de 12 anos.
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