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LEÃO GULOSO
Além disso, deduções de gastos com saúde e educação podem diminuir
Governo quer elevar alíquotas do IR
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Além de sugerir a criação de
uma nova alíquota na tabela do
Imposto de Renda das pessoas físicas, o governo deve propor ao
Congresso a elevação das atuais
alíquotas de 15% e de 27,5%. A
proposta incluirá ainda mudanças nas deduções permitidas hoje
para os gastos com saúde e educação, por exemplo.
O secretário da Receita Federal,
Jorge Rachid, disse que os novos
percentuais de alíquotas ainda
não estão definidos. Segundo ele,
o governo não pretende propor
mudanças nas faixas de renda
atuais, inclusive no limite de isenção de R$ 1.058 mensais, porque
isso poderia ser interpretado como um "reajuste da tabela".
A idéia é manter a regra atual
em relação à correção da tabela.
Ou seja: não haverá mecanismo
de correção automática e periódica da tabela para evitar que a indexação volte. "Se houver regra,
daqui a pouco tem gente pedindo
reajuste de salário pela inflação."
A tabela ficou sem correção entre 1996 e 2001. Em 2002, teve reajuste de 17,5% por pressão de vários partidos, inclusive do PT.
As simulações que estão sendo
feitas pelos técnicos da Receita
têm como hipótese uma alíquota
máxima de 35%, que seria aplicada aos contribuintes com renda
mensal acima de R$ 10 mil.
Rachid não confirmou a nova
alíquota de 35%, mas explicou
que as mudanças em estudo não
devem aumentar significativamente a arrecadação porque não
é esse o objetivo do governo. A
meta é tornar a tabela mais progressiva, fazendo os contribuintes
que ganham mais pagarem mais.
Hoje, a alíquota de 15% é aplicada para quem tem rendimentos
entre R$ 1.058 e R$ 2.115. Aqueles
com rendimentos acima de R$
2.115 pagam 27,5%. Para vigorar a
partir de 2004, como quer o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda), a proposta de mudanças
no IR teria de ser aprovada pelo
Congresso ainda neste ano.
Rachid disse que haverá mudança na sistemática das deduções para que contribuintes com
despesas semelhantes sejam tributados da mesma forma, mesmo que estejam em faixas de renda diferentes.
Hoje, quem paga 27,5% e gasta
R$ 100 com saúde deixa de pagar
imposto sobre R$ 27,50. Quem está na faixa inferior, e gasta os mesmos R$ 100, deixa de pagar imposto sobre R$ 15. "É uma questão de justiça fiscal igualar essas
situações", disse Rachid, que não
detalhou como isso será feito.
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