São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 2008

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Exportação em queda deixa setor de bens de capital cético com política industrial

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com o ritmo de crescimento das exportações mais lento, o setor de bens de capital, em tese um dos maiores beneficiários da nova política industrial, vê com certo ceticismo o plano do governo.
O conjunto de medidas para estimular as exportações, colocado como um dos pontos centrais do plano, terá efeito reduzido diante do cenário de apreciação cambial, avalia o presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Luiz Aubert Neto. "O câmbio nesse patamar tira possibilidades de exportações. Não há política industrial que resolva".
No primeiro trimestre deste ano, o setor exportou US$ 2,6 bilhões, um incremento de 5,1% sobre o mesmo período do ano passado. Em 2007, as exportações aumentaram 28,8% na mesma comparação, segundo dados divulgados ontem pela Abimaq. De outro lado, as importações atingiram US$ 4,6 bilhões nos três primeiros meses, um aumento de 44,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2007, o incremento foi de 25,2% na mesma comparação.
Com os resultados, o déficit na balança comercial do setor atingiu US$ 2 bilhões.
"Algum benefício, [a política industrial] traz. Mas não acho que o impacto será tão forte para nós", disse o diretor de comercialização de máquinas-ferramentas das Indústrias Romi, Hermes Lago. Ele cita o aumento no prazo de financiamento do Finame, linha de crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para máquinas e equipamentos, como um dos pontos que mais poderiam ajudar o setor. "Mas ainda precisamos saber como isso será instrumentalizado pelas instituições financeiras", ressalta.
(PAULO DE ARAUJO)


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