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PIB sobe 4,3% puxado por consumo e serviço
Consumo das famílias cresce 6% no 1º trimestre, enquanto setor de serviços, outro destaque, avança 4,6% no período
Alta das importações tem efeito contábil negativo, mas ajuda a conter inflação e a elevar investimentos
em máquinas, diz IBGE
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
FERNANDO CANZIAN
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Puxado por duas forças antagônicas -para cima pela demanda interna e para baixo pelo real valorizado-, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro
cresceu 4,3% no primeiro trimestre de 2007 na comparação
com igual período de 2006.
Já a variação entre janeiro e
março sobre o último trimestre
de 2006 foi de 0,8%. Em preços
de mercado, o PIB nacional alcançou R$ 596,2 bilhões nos
primeiros três meses do ano.
Nos últimos 12 meses, o crescimento acumulado é de 3,8%.
Em 2006, o PIB cresceu 3,7%.
O grande destaque positivo
no PIB do trimestre foi o consumo das famílias, que avançou
6% em relação ao primeiro trimestre de 2006 apoiado em
mais renda, emprego e crédito.
Foi o 14º aumento consecutivo e o maior percentual desde o
segundo trimestre de 1997
(6,9%).
Esse resultado, principalmente, já levou algumas consultorias a revisar para cima
suas expectativas de crescimento da economia neste ano
-de 4% a 4,5%.
Na contramão, o setor externo pesou negativamente na
contabilidade do PIB. Houve
um salto de 19,9% nas importações no trimestre, enquanto as
exportações subiram 5,9%.
A contribuição do setor externo foi negativa pelo quinto
trimestre consecutivo. Segundo cálculos da consultoria LCA,
a economia poderia ter crescido 5,7% no primeiro trimestre
sem essa influência, com a ressalva de que as importações
trazem também benefícios para o crescimento econômico.
Roberto Luís Olinto, coordenador de Contas Nacionais do
IBGE, ressalta que as importações estão garantido que a oferta de bens e produtos no país
atenda à maior procura sem
pressionar os preços e proporcionando um considerável aumento nos investimentos (outro destaque positivo do PIB),
via compras no exterior de máquinas e equipamentos.
"O aumento das importações
tem um componente negativo
no cálculo final do PIB, mas
tem vários aspectos positivos.
São prós e contras", disse.
Olinto frisou que o mesmo
comportamento de consumo
maior das famílias e de aumento das importações vem se repetindo há vários trimestres.
"Não devemos ter grandes oscilações. A tendência é de um
crescimento ao redor de 1% de
um trimestre para o outro."
Além do consumo das famílias, outro destaque positivo no
PIB do primeiro trimestre ficou por conta do setor de serviços (alta de 4,6% e melhor resultado desde o final de 2004).
Esse foi o primeiro PIB calculado após mudanças de metodologia do IBGE, que apuram
melhor o setor de serviços.
Dentro dos serviços, a intermediação financeira (puxada
por mais operações de crédito)
aumentou 9,2%. Serviços de informação (com a telefonia celular à frente) subiram 7,3%, e o
comércio atacadista e varejista
evoluiu 6% -taxa idêntica à
apurada no consumo.
A indústria teve desempenho
mais tímido no período, principalmente a de transformação.
No geral, houve evolução de 3%
na indústria, mas no setor de
transformação foi de 2,8%.
"É o efeito do câmbio e das
importações sobre a indústria",
disse Edgard Pereira, economista-chefe do Iedi (Instituto
de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
Já o setor agropecuário apresentou um crescimento de 2,1%
na comparação com o primeiro
trimestre de 2006, com destaque para a produção de algodão, milho e soja.
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