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G8 aceita planejar fim da crise, mas "racha" sobre bancos
Países ricos vão formular saídas para retomar o equilíbrio fiscal perdido com sucessivos pacotes para conter a crise
EUA e Canadá defendem auditorias em bancos na Europa, mas ministros da zona do euro temem efeitos adversos com resultados
DA REDAÇÃO
DA "BLOOMBERG"
Os países ricos concordaram
ontem que já é hora de começar
a planejar o pós-crise e, em especial, a redução dos déficits
fiscais, que fugiram do controle
com os bilionários pacotes de
estímulos lançados desde o fim
de 2008 contra a recessão.
Essa foi uma das principais
mensagens da declaração final
do encontro dos ministros de
Finanças do G8 (grupo que reúne oito das maiores economias
do mundo) em Lecce, na Itália,
que destacou "sinais de estabilização na economia", embora
ainda existam incertezas.
O temor é o de que o endividamento excessivo dos países
ricos não seja sustentável e leve
a uma espiral inflacionária que
ameace a recuperação.
Medidas concretas, porém,
ainda estão longe de serem tomadas. Os países do G8 pediram ajuda do FMI para avaliar
as decisões mais adequadas, e o
governo dos os EUA, representado pelo secretário do Tesouro, Tim Geithner, alertou que
ainda é "muito cedo para adotar políticas restritivas".
O encontro também mostrou
que ainda existem divisões em
questões centrais. Os ministros
não chegaram a um consenso
quanto à realização de novas
auditorias nos bancos europeus e à publicação dos resultados, a exemplo do ocorrido nos
EUA neste início de ano.
Os chamados "testes de estresse" são defendidos por governos como o dos EUA e do
Canadá porque, segundo eles,
permitem dissipar as dúvidas
que existem sobre a saúde financeira dos bancos, o que facilitaria a tais instituições levantar capital no mercado.
"Nós queremos os "testes de
estresse", mas para o sistema
[financeiro], não para cada
banco", disse o ministro de Finanças da Alemanha, Peer
Steinbrueck. "O setor bancário
europeu, e o alemão em particular, é muito mais heterogêneo do que o americano."
O mesmo argumento foi utilizado pela ministra de Finanças da França, Christine Lagarde, para quem os bancos europeus são muitos diferentes para serem avaliados por parâmetros unificados. Segundo ela,
divulgar os resultados de testes
conduzidos dessa forma poderia reacender a crise.
Testes foram realizados isoladamente por alguns países
europeus, mas há divergência
no bloco quanto à divulgação.
Os testes adotam uma série
de premissas para a economia
nos próximos anos e, a partir
dos cenários, os governos calculam quanto cada banco precisará de reforço no caixa.
Sanear o sistema financeiro,
de modo que os bancos possam
voltar a emprestar para empresas e consumidores, é apontado
por imprescindível para o crescimento sustentável.
Segundo estimativa do FMI,
porém, o total de ativos "tóxicos" (de difícil recuperação)
nos bancos de todo o mundo
chega a US$ 4 trilhões, rombo
que deve ser coberto para que
os bancos tenham novamente
condições de emprestar.
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