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Para governo,
bloco depende
de reunião
ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O resultado da reunião de hoje
entre os produtores de eletrodomésticos de linha branca do Brasil
e da Argentina é crucial para o futuro do Mercosul, avaliam integrantes do governo. Se os empresários dos dois países não conseguirem fechar um acordo que restrinja voluntariamente as exportações brasileiras de geladeiras,
fogões e máquinas de lavar roupa,
o processo de integração do bloco
corre o risco de degringolar.
O governo em Buenos Aires deixou claro que vai impor restrições
à importação de produtos da linha branca, caso não haja o acordo. O Brasil será obrigado a responder à retaliação até como forma de evitar que os argentinos
adotem medidas similares para
outros setores. Não fazer nada
contra a Argentina já é uma hipótese descartada no Itamaraty.
O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) já avisou
que o Brasil tem quatro medidas
na gaveta contra produtos argentinos. O problema é que a troca de
retaliações pode atrapalhar a integração e a coesão do bloco em negociações internacionais.
A expectativa é que os empresários obtenham entendimento hoje. Amanhã, será a vez de as autoridades se reunirem para homologar o possível acordo e, talvez,
debater as demais disputas.
Apesar de preferir um acordo
privado, o Brasil imporá condições para homologar o resultado
da reunião de hoje. As cotas aos
produtos brasileiros terão de ser
temporárias e deverá haver mecanismos para monitorar o mercado argentino, para garantir que o
produto brasileiro não seja substituído por compras de terceiros.
Desde o início da contenda com
a Argentina, Itamaraty e Desenvolvimento assumiram discursos
diferentes. Celso Amorim (Relações Exteriores) adotou um tom
conciliador, enquanto Furlan se
manteve mais duro. Amorim não
quer que a disputa provoque crise
entre os dois países. Furlan quer
evitar prejuízos para as empresas.
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