São Paulo, quarta-feira, 14 de julho de 2004

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CAPITALISMO VERMELHO

Recursos estrangeiros somam US$ 33,9 bi em 2004

Crescem investimentos na China

CLÁUDIA TREVISAN
DE PEQUIM

As empresas estrangeiras continuam a colocar montanhas de dinheiro na China, apesar das medidas adotadas pelo governo para segurar o ritmo de crescimento da economia. Depois de atingir o recorde de US$ 53,5 bilhões no ano passado, o volume de IED (Investimento Estrangeiro Direto) subiu 12% no primeiro semestre em relação a igual período de 2003, para US$ 33,9 bilhões.
O comércio exterior também registrou forte crescimento em junho, apesar das restrições impostas pelo governo à concessão de empréstimos bancários e a novos projetos de investimentos.
As exportações cresceram 46,5% e atingiram US$ 50,5 bilhões, enquanto as importações tiveram alta de 50,5%, para US$ 48,7 bilhões. Com isso, a China teve o segundo superávit comercial consecutivo no ano, depois de registrar um déficit inédito nos primeiros quatro meses do ano.
No fim de junho, a China havia contabilizado um estoque de IED já realizado de US$ 535,4 bilhões. Se forem considerados os valores contratados -que incluem desembolsos de recursos que serão realizados no futuro-, o estoque de IED no país asiático sobe para US$ 1,016 trilhão.
No ano passado, a China ultrapassou os Estados Unidos como principal destino de investimentos estrangeiros no mundo. Enquanto o país asiático recebeu US$ 53,5 bilhões, 13% a mais que no ano anterior, a maior potência econômica do mundo ficou com US$ 40 bilhões, uma queda de 44% em relação a 2002.
O investimento direto e o comércio exterior são os principais motores da expansão da China. Nos seis primeiros meses do ano, a soma das exportações e das importações foi de US$ 523 bilhões.
O resultado das exportações e importações em junho foi superior ao que o governo e analistas do mercado esperavam. A expectativa era que o ritmo de crescimento se mantivesse estável ou diminuísse, em conseqüência das medidas adotadas pelo governo para esfriar a economia.

Brasil
O investimento estrangeiro direto no Brasil continua anêmico. Nos primeiros cinco meses de 2004, o país recebeu US$ 3,3 bilhões de recursos do exterior destinados à atividade produtiva.
A Companhia Vale do Rio Doce anunciou um acordo com o Yankuang Group, um dos principais produtores de carvão da China, e com a Itochu Corporation, do Japão, para criar uma parceria na produção de coque metalúrgico.
Será criada uma joint venture, a Shandong Yankuang International Coking. O negócio havia sido anunciado na visita do presidente Lula à China. A planta será na Província de Shandong, na China, e terá capacidade anual de produção de 2 milhões de toneladas de coque e 200 mil toneladas de metanol. O início das operações está previsto para 2006.


Colaborou a Folha Online

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