São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 2005

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MERCADO ABERTO

Empresários temem abuso da PF

O empresariado reagiu com indignação à prisão da empresária Eliana Tranchesi, dona da Daslu. Para muitos, a Polícia Federal vem cometendo abusos ao expor empresários de forma excessiva à mídia, como aconteceu ontem no caso que envolveu a Daslu.
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, foi um dos primeiros a reagir. "Não tenho nada contra o exercício da lei, mas a polícia está fazendo um show de pirotecnia em suas ações", afirmou Skaf. "Não podemos aceitar que a sociedade seja tratada como bandida. O que se quer dar é notoriedade às prisões."
Preocupado com esses excessos, Skaf marcou uma reunião para segunda-feira de manhã com uma série de entidades empresariais para discutir se as ações recentes da PF contra companhias e escritórios de advocacia ferem o estado de direito democrático. Foram convidadas, entre outras entidades, a Fecomercio SP, a Associação Comercial de São Paulo e a OAB-SP.
Segundo Skaf, no dia 30 de junho, o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, divulgou uma nota em que pediu discrição às ações da PF, e o que tem ocorrido é exatamente o contrário. "Não podemos concordar com excessos e arbitrariedades", diz o presidente da Fiesp.
O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingues, também ficou indignado com a ação da PF. "O que estamos assistindo é a um trabalho espetaculoso da polícia", afirmou. "O nome "Narciso" [a operação da Daslu foi batizada de "Narciso'] define bem as autoridades que comandam o caso."
Para Domingues, a operação reflete também o perfil do governo. "Em vez de o governo priorizar o espetáculo do crescimento, o que vemos todo dia é o crescimento do espetáculo", ironizou. O temor dos empresários é o de que o governo esteja usando essas operações para desviar os holofotes da crise política.

FORA DA PONTE
Considerada o filé mignon da aviação brasileira, a ponte aérea Rio-SP não está nos planos da Webjet, que começou a operar nesta semana. "A ponte tem mais passageiros, mas implica muitos custos. Nosso modelo com uma freqüência diária não funciona na ponte aérea", diz Rogério Ottoni, presidente da companhia. Ottoni, que é advogado e trabalhou como consultor para diversas empresas que compõem a cadeia da aviação, afirma que o objetivo da Webjet é o de abrir capital em bolsa. "Não queremos personalizar o controle da empresa. Temos um perfil de "investment banking'", diz o executivo, em alusão às características dos fundos de capital de risco que integram o controle do grupo. Ele não revela quem são seus sócios e afirma que, "no momento adeqüado, eles virão a público". Segundo ele, a ocupação no primeiro dia de operação chegou a 74% dos assentos oferecidos, enquanto a expectativa inicial era vender 50% dos bilhetes.

ESTRATÉGIA
O Wal-Mart inaugura hoje uma unidade em Vitória, a primeira da cadeia americana no Espírito Santo. A empresa investiu cerca de R$ 50 milhões no empreendimento. Antes da abertura, a rede varejista firmou parcerias com 70 fornecedores locais para poder oferecer itens regionais aos clientes.

AQUECIMENTO SOLAR
O uso de energia solar para aquecimento de água é um mercado em expansão. Segundo a Abrava (associação de refrigeração, ar condicionado, ventilação e aquecimento), o setor cresceu 20,2% em 2004. Novas aplicações no uso de energia solar serão exibidas na Febrava, principal feira do setor na América Latina, em setembro, em SP.

UÍSQUE DIRIGIDO
O White Horse, marca de uísque oito anos da Diageo, prepara uma ofensiva de marketing em Minas Gerais e Pernambuco. A estratégia inclui comerciais diferenciados para esses Estados, que são os dois maiores mercados para o produto no país.

APOSTA CLÁSSICA
Uma das principais vendedoras de instrumentos de cordas do país, a Made in Brazil quer ganhar peso entre o público interessado em música clássica. A empresa decidiu montar uma loja em um shopping em Campos do Jordão (SP) para se aproximar dos profissionais que estão na cidade para o festival de música clássica da cidade. "É uma grande oportunidade porque existem poucas opções para quem busca instrumentos clássicos, como violinos, trompetes, violoncelos e contra-baixos", diz Marcelo Tadeu Aziz, diretor da empresa. Hoje responsável por 2% do faturamento da Made in Brazil, esse segmento pode chegar a 10%, avalia Aziz. Com duas lojas em São Paulo, a empresa pretende abrir a terceira em um shopping da zona sul de São Paulo.

PARA O INTERIOR
A rede de varejo do Banco do Brasil passou de 3.599 agências em dezembro para 3.692 em junho deste ano. No período, entraram em funcionamento 93 novas agências: 61 no interior e 31 em pequenas localidades onde não havia agências do BB.

PROCURA-SE
Depois de acirrada disputa para ser eleito diretor-geral da OMC, em assembléias com os quase 150 países-membros, o francês Pascal Lamy agora se dará ao luxo de escolher quem serão seus quatro vices. Para tanto, o organismo abriu concurso para receber inscrições de quem se interessar. Entre os pré-requisitos, ter mais de 62 anos e ao menos 15 de experiência em questões de comércio exterior.

CASA NOVA
Com foco no atendimento personalizado, a incorporadora Klabin Segall acaba de inaugurar sua nova sede, no Itaim, em São Paulo, cuja área é mais de 60% maior do que a antiga. A empresa prevê crescer 20% neste ano em relação a 2004 no faturamento.


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